FEMINICÍDIO

Acusado de matar servidora do TSE no Sudoeste vai Júri na quarta (1º/12)

Alan Pinto de Jesus esfaqueou a ex-namorada Luciana de Melo Ferreira, até a morte. O crime ocorreu em dezembro de 2019, no apartamento da vítima, no Sudoeste

O vigilante Alan Pinto de Jesus, denunciado pelo assassinato da ex-namorada Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, será julgado na próxima quarta-feira (1º/12), pelo Tribunal de Júri do Distrito Federal. Luciana era servidora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi assassinada em 21 de dezembro de 2019, no apartamento dela, no Sudoeste.

A vítima já havia denunciado o ex-companheiro por violência doméstica. Na pronúncia, o crime cometido por Alan Pinto foi enquadrado como homicídio qualificado pela emboscada, motivo fútil e feminicídio.

Ao Correio, a advogada do acusado, Kelly Moreira, se diz confiante. “Como defensora do Alan, acredito no cumprimento da lei, no trabalho sério do Poder Judiciário, na imparcialidade dos jurados e, acima de tudo, em um resultado justo”, destacou a advogada. “Sabemos da complexidade do caso e da repercussão à época, mas acredito que esses fatores não serão impeditivos para que tenhamos um julgamento imparcial”, completou Kelly.

Relembre o caso

De acordo com a denúncia, Alan, com 45 anos na época, entrou no prédio onde Luciana vivia, no Sudoeste, após conseguir abrir a porta com uma senha. Imagens das câmeras de segurança do local registraram o momento em que o ex-namorado chegou encapuzado no apartamento da vítima, duas horas antes do crime. Segundo a polícia, Alan esperou escondido nas escadas, até que a ex chegasse, às 22h32.

Em seguida, ele foi ao apartamento dela e, 17 minutos mais tarde, deixou o prédio com uma bolsa de cor escura e sem encostar na fechadura da portaria. O corpo de Luciana só foi encontrado pela filha dois dias depois com mais de 40 perfurações feitas por um objeto pequeno. A investigação acredita que o crime foi premeditado.

Relacionamento

Luciana e Alan namoraram durante quatro meses. Em outubro de 2019, Luciana rompeu o relacionamento. Ela já havia denunciado Alan por violência doméstica, depois de um episódio em que ele jogou o carro em que ambos estavam contra uma árvore. O acusado chegou a ser preso na época, mas foi liberado com a condição de usar uma tornozeleira eletrônica.

A justiça também o proibiu de se aproximar da vítima, dos familiares dela, do apartamento, e do local em que ela trabalhava. No entanto, no mesmo mês em que o crime ocorreu, Luciana decidiu autorizar a retirada da medida, pois acreditava que Alan não voltaria a procurá-la.