REPERCUSSÃO

Concorrentes à Presidência da OAB-DF comentam resultado da eleição

Candidatos das outras chapas que disputaram pleito afirmam que continuarão a monitorar os trabalhos na seccional distrital da Ordem e destacam que vão reforçar a cobrança bem como a fiscalização de ações em prol da advocacia

Os outros quatro concorrentes que disputavam a vaga de presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) comentaram o resultado do pleito, divulgado na noite deste domingo (21/11). Com 41% do total de votos e 45,6% dos válidos — desconsiderados brancos e nulos —, Délio Lins e Silva Júnior foi reconduzido ao cargo, do qual estava licenciado enquanto concorria na eleição.

Contudo, o processo eleitoral deve durar mais tempo. As cinco chapas que disputavam a gestão da seccional no triênio 2022—2024 terão de aguardar decisão acerca da composição delas no que diz respeito à autodeclaração racial dos integrantes. Após a divulgação do resultado, o presidente da Comissão Eleitoral, José Perdiz, afirmou que um subcomitê examinará a questão das cotas. "A prioridade, obviamente, será a chapa vencedora, com a rapidez que se faz necessária, a fim de que a homologação do resultado seja definitiva", enfatizou.

Na sequência, os outros quatro postulantes à Presidência da OAB-DF se posicionaram sobre o resultado. A chapa Você na Ordem, liderada pela advogada Thais Riedel, ficou em segundo lugar, com 34% dos votos válidos. Em nota, ela afirmou que o grupo fez "uma campanha limpa, digna, propositiva" e lembrou a polêmica em torno da disseminação de informações falsas sobre candidatos. 

"Fomos alvo de diversas fake news, ações descabidas, mas seguimos e agradecemos, imensamente, todos os 9.192 votos. As eleições acabaram, e a advocacia do Distrito Federal pode contar comigo. Serei uma militante ferrenha e cobrarei diuturnamente que a atual gestão devolva o respeito para a Ordem. Cobrarei que a OAB-DF esteja presente na vida das advogadas e dos advogados e que seja um para-choque para a sociedade", diz o texto.

Oposição

A votação ocorreu das 10h às 18h, de maneira híbrida, em quatro endereços e, de maneira inédita, pela internet — por causa da pandemia da covid-19. De uma quantidade aproximada de 46 mil inscritos em situação regular e irregular, 29.572 advogados participaram da eleição para a diretoria do Conselho Seccional da OAB-DF.

Em quarto lugar ficou a chapa Ouvir ADV, Mudar OAB, com Evandro Pertence como cabeça e 1.468 votos — 5,43% dos válidos. O advogado afirmou que fez uma campanha propositiva, "na dimensão da Ordem", e que a equipe dele cumpriu o papel esperado para a disputa.

"Estou muito feliz e orgulhoso com o pessoal que me acompanhou, com o resultado que fizemos. A partir de agora, quero parabenizar o presidente reeleito, Délio Lins e Silva, e quero que ele saiba que o resultado da eleição nos joga para a oposição. A partir de agora, seguimos acompanhando o trabalho da Ordem", declarou, em vídeo.

Fiscalizar e cobrar

A chapa A Nova Ordem, encabeçada por Guilherme Campelo ficou em último lugar, com 1.106 votos (4,09% válidos). Em nota, ele agradeceu pela "coragem" dos votantes que quiseram inovação na entidade e ressaltou que "o sonho começa agora". "Vamos continuar juntos, sugerindo, cobrando e fiscalizando para que a OAB trabalhe pelo valorização da advocacia no Distrito Federal", comentou.

A chapa da candidata Renata Amaral, intitulada Nossa Ordem é Democrática, ficou em terceiro lugar e teve 2.944 votos válidos (10,89%). Ao Correio, a advogada comentou que conseguiu os votos "sem a necessidade de realização diária de festas e derrame de milhões de reais na campanha". O próximo passo, segundo nota divulgada, será cobrar "mais efetividade na política construída para a classe".

"Seguimos atentas e vigilantes, certas de que uma política responsável e com afeto é plenamente possível. Agora, precisamos cobrar do Conselho Federal da OAB que regulamente melhor o sistema eleitoral, de forma a coibir os abusos econômicos e políticos que maculam as eleições em todas as seccionais. Da forma posta, o sistema se retroalimenta e mantemos à frente de nossa tão valiosa instituição grupos que visam interesses pessoais e nada republicanos", conclui o texto.

As opções de voto branco e nulo totalizaram 1.075 e 1.459 registros, respectivamente.

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