Jornal Correio Braziliense

LAZER

Após um ano e oito meses, piscinas da Água Mineral voltam a abrir

Entre as principais atrações do Distrito Federal, piscinas naturais do Parque Nacional de Brasília voltam a operar após longo período com funcionamento parcial devido às restrições impostas pela pandemia

Prestes a completar 60 anos de existência, o Parque Nacional de Brasília reabre nesta segunda-feira (22/11) um dos atrativos mais emblemáticos da capital federal: as piscinas naturais da Água Mineral. O espaço ficou fechado por um ano e oito meses devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19. A piscina Pedreira — a mais antiga — será a primeira a receber os visitantes, a partir das 6h. Outra novidade é que o espaço, sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), abrirá os portões ao público duas horas mais cedo, o que permitirá à população acompanhar o nascer do sol e os hábitos de algumas espécies da fauna, como anta, tatu, raposa, macacos-pregos e diferentes tipos de aves.

No entanto, a chefe do Parque Nacional de Brasília, Juliana de Barros Alves, ressalta a importância de evitar a interação com os bichos, por enquanto. "Essa área ficou muito tempo sem receber visitantes. Não sabemos como os animais vão reagir com essa interação, principalmente os macacos-pregos", destaca a analista ambiental do ICMBio. As recomendações são de observar a natureza a distância e, ao fazer piqueniques perto das piscinas, manter-se longe da entrada da mata. Caso algum animal se aproxime, deve-se guardar os alimentos e se afastar.

Anteriormente, o parque funcionava a partir das 8h. Mas a abertura dos portões mais cedo atende a uma antiga reivindicação dos visitantes, principalmente dos grupos de observadores de aves. O horário de fechamento, porém, permanece às 17h, com entrada liberada até as 16h. Além disso, a quantidade de público permitida por dia foi ampliada para 1,5 mil pessoas — 75% do total. "A mudança contempla o pedido da população e, também, foi pensada para evitar a formação de longas filas na entrada", ressalta Juliana Alves. 

Mesmo com a liberação de mais uma área para circulação, os protocolos e cuidados em relação à covid-19 terão de ser mantidos. Eles incluem o uso de máscara em ambientes fechados, como banheiros e posto médico; o respeito ao distanciamento social; e a proibição de aglomerações. "Vamos fazer esse retorno da forma mais segura possível. As piscinas estavam fechadas seguindo as recomendações do Governo do Distrito Federal, pois o parque não é um clube (locais reabertos em 3 de setembro de 2020). E ainda havia a obrigação do uso de máscaras em espaços abertos", completa Juliana Alves.

Estrutura

O Parque Nacional de Brasília foi criado em 29 de novembro de 1961, por meio de decreto, e ampliado em 2006, por determinação de lei federal. A área abrange as regiões administrativas de Brasília, Sobradinho, Brazlândia e o município de Padre Bernardo (GO). Os afloramentos do lençol freático e as minas d'água surgidos à época da construção da capital federal, durante a criação de vias de acesso e do processo de retirada de areia, deram origem à piscina Pedreira.

Atualmente, a área conta com várias trilhas para caminhada e ciclismo, reabertas no primeiro semestre do ano passado. A trilha Cristal Água funciona diariamente até as 16h, com percursos de 5, 10 e 15 quilômetros. Já a trilha da Capivara, com 1,3km de extensão, é de fácil acesso e permite a observação de plantas do Cerrado e de espécies da Mata de Galeria. Também passa pelo Parque Nacional de Brasília a Trilha União, inaugurada em 2018, com trechos que unem a unidade de conservação a outras de mesmo tipo, como a Floresta Nacional de Brasília (Flona), a Reserva Biológica da Contagem (Rebio) e a Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central.