Pandemia

Mutirão para não imunizados no DF é neste sábado; saiba onde se vacinar

Dia D contra a covid-19 no DF, realizado neste sábado (20/11), espera imunizar 200 mil adultos que não receberam a primeira dose. Cerca de 300 mil brasilienses estão sem a segunda aplicação, apesar de já poderem tomar

Visando alcançar os 200 mil brasilienses acima de 18 anos que ainda não tomaram a primeira dose (D1) dos imunizantes contra a covid-19, o Governo do Distrito Federal (GDF) realiza, neste sábado (20/11), o Dia D da vacinação. O mutirão estará em 14 regiões, em locais de grande circulação de pessoas, como a Rodoviária do Plano Piloto, o Galpão Cultural de Santa Maria e a Feira da Ceilândia. Apesar de o foco ser a aplicação da D1 em adultos, a segunda (D2), o reforço (D3) e a primeira dose para adolescentes serão administradas, neste sábado, em 15 unidades. A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) espera 54 mil jovens de 12 a 17 anos neste sábado.

O médico infectologista Werciley Júnior salienta a necessidade da vacinação em massa para reduzir a taxa de transmissão do vírus. "Caso ainda existam pessoas não imunizadas, é passível de o vírus sofrer mutações e, com isso, se tornar resistente — ou seja, as vacinas perderiam a qualidade. Quando todos se vacinarem, em um período curto, vamos conseguir extinguir a doença", avalia o especialista. O médico destaca que as pessoas não vacinadas podem se tornar reservatórios do vírus que, com alterações na estrutura, poderiam contaminar indivíduos imunizados.

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Cenário mundial

Mesmo com cerca de 88% da população completamente imunizada, Portugal tem visto aumento de casos da doença nos últimos dias e avaliado o retorno do uso obrigatório de máscaras, mesmo em locais abertos. Eslováquia (42,7%) e República Tcheca (58%) proibiram o acesso de pessoas não vacinadas a bares, restaurantes, lojas de produtos não essenciais e eventos públicos, desde quinta-feira. A população da Áustria, incluindo pessoas imunizadas contra a covid-19, vai entrar em confinamento a partir da próxima segunda-feira — o país tem 64% dos habitantes completamente vacinados. Os austríacos serão obrigados a se imunizar contra a doença a partir de fevereiro do ano que vem.

Mauro Sanchez, professor de epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB), destaca o que vem ocorrendo na Europa, onde países têm sofrido os impactos da "pandemia dos não vacinados". "Esse panorama tem reforçado, para nós, a necessidade de alta cobertura vacinal — maior do que inicialmente havia sido estimado. Os países europeus estão com número muito alto de casos e com sobrecarga intensa nos serviços de saúde", observa o pesquisador.

Apesar das recomendações de especialistas, há pessoas que insistem em não se imunizar contra a covid-19. Uma jovem afirmou que não tomou a primeira dose nem pretende receber a aplicação. Questionada quanto à facilidade de imunização gerada pelo Dia D, a moça respondeu que até poderia se vacinar, caso passasse por algum ponto neste sábado. Ela ressaltou, porém, que não "vai atrás" da vacina.

Ciclo completo

A Secretaria de Saúde informou ao Correio que cerca de 300 mil brasilienses não retornaram aos postos para receber a D2. O número diz respeito às pessoas cuja segunda aplicação está atrasada. Os amigos Diego Onório, 28 anos, e Luan Alves, 18, fazem parte desse grupo. Com aplicação marcada para 12 de novembro, os moradores de Ceilândia não voltaram para receber a dose por confusão na data. "Disseram que ia adiantar, eu fiquei sem saber e acabei não indo", conta Diego, que trabalha como professor. Os rapazes reconhecem a importância de completar o ciclo vacinal. Informados pela reportagem sobre o mutirão de imunização da Secretaria de Saúde, a dupla garantiu que vai comparecer a uma unidade de saúde, neste sábado, para receber a segunda aplicação da vacina da Pfizer/BioNTech.

"Essa doença é perigosa. Precisa vacinar", defende o autônomo Luan, que perdeu um tio para a covid-19 neste ano. Diego também perdeu pessoas queridas para a doença, em março de 2021. "Um amigo meu, de 23 anos, descobriu que estava com a covid-19 em um sábado. No domingo, foi internado e, na segunda, faleceu. A mãe dele morreu no dia seguinte", lamenta o professor. As vítimas não tiveram tempo de tomar a vacina contra a doença.

D3 ampliada

A partir de segunda-feira, os brasilienses de 57 a 59 anos que completaram o ciclo vacinal há, pelo menos, cinco meses, podem receber a dose extra contra a covid-19, chamada de D3. A SES-DF anunciou a ampliação da faixa etária e a diminuição do intervalo entre D2 e D3 durante coletiva de imprensa, na quinta-feira. Com a medida, o período entre as aplicações passa a valer também para idosos acima de 60 anos e profissionais da saúde.

 

Saiba os locais de aplicação da 1ª dose para 18 anos ou mais

Funcionamento das 9h às 17h

>>Drive-thru e pedestre

Feira da Ceilândia

Feira dos Goianos (Taguatinga)

Feira permanente de Samambaia (QR 202)

Feira dos Importados no Sia

Estacionamento da Administração Rural de Planaltina (ao lado da feira de utilidades)

>>Pedestre

Feira de Brazlândia

Igreja no Sol Nascente

Administração de Arniqueira

Feira do Guará

Feira do Núcleo Bandeirante

Rodoviária do Plano Piloto

Administração Regional de São Sebastião (9h às 13h)

Feira Permanente do Gama

Galpão Cultural de Santa Maria


Saiba os locais de aplicação da 1ª dose para adolescentes, 2ª dose e dose de reforço

Funcionamento das 9h às 17h

>>Pedestre

Igreja no Sol Nascente

UBS 1 de Brazlândia

UBS 3 de Ceilândia

UBS 12 de Ceilândia

UBS 1 de Águas Claras (Areal)

UBS 1 de Taguatinga

UBS 12 de Samambaia

UBS 1 do Guará

UBS do Riacho Fundo II

UBS 1 da Asa Norte

UBS 2 de São Sebastião

Policlínica de Planaltina

UBS 6 do Gama

UBS 1 de Santa Maria


>>Drive-thru e pedestre

Feira dos importados no SIA 

Médias móveis sobem

Nas últimas 24 horas, o Distrito Federal registrou 92 novos casos e seis óbitos pela covid-19. No total, são 517.109 infecções confirmadas da doença e 10.994 mortes. Os dados são da Secretaria de Saúde. A média móvel de ocorrências registrou aumento de 23,43% em relação às duas últimas semanas e chegou a 159,75. O indicativo para os óbitos cresceu 19,9% na comparação com o mesmo período e atingiu 9,25. A taxa de transmissão passou de 0,7 — na semana passada — para 0,72, ontem.