O filho de Ronie Peter Fernandes da Silva, sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PCDF) preso por chefiar um esquema de agiotagem durante a Operação Malibu, é investigado por compartilhar e armazenar conteúdos de pornografia infantil. João Victor Fernandes da Silva Mendes é um dos suspeitos identificados na operação Bad Boys, da 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), realizada no início de novembro.
No dia 4, agentes da 38ª DP cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências de jovens de classe média alta. Segundo as investigações, o filho de Ronie integrava um grupo de Whatsapp onde, ao menos um deles, compartilhou, pelo menos, 28 arquivos pedopornográficos. A existência do grupo foi descoberta em outra operação da 38ª DP, que apurava um acidente de trânsito ocorrido em 13 de maio de 2021, em que um Audi invadiu uma serralheria, situada na Rua 10, de Vicente Pires.
João Victor teve equipamentos, como celulares e tablets apreendidos pela polícia. Investigado por transmitir e armazenar arquivos contendo cena de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente, ele está sujeito a uma pena que pode alcançar os seis anos de prisão.
Operação Malibu
Na terça-feira (16/11), a Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) deflagrou a operação Malibu e prendeu sete integrantes de uma organização criminosa responsável por um esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro. A quadrilha era chefiada pelo sargento da PMDF Ronie Peter e pelo irmão, o empresário Tiago Fernandes da Silva. A equipe cumpriu, ainda, 15 mandados de busca e apreensão em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo.
Além dos irmãos, também foram presos quatro operadores financeiros do grupo, responsáveis pela sequência de transações e saques em contas de empresas de fachada. Um suspeito está foragido. Três deles também eram responsáveis pela ocultação dos valores da agiotagem, cedendo os nomes para o registro dos veículos de luxo, que pertenciam ao líder da organização criminosa.
Segundo as investigações da PCDF, a cobrança de quem não pagava as prestações do empréstimo em dia era feita por meio de coação e ameaças, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados. Além disso, os valores da agiotagem eram ocultados por meio da aquisição de veículos de luxo, registrados em nome de terceiros, bem como através de quatro empresas de fachada, sediadas em Águas Claras e Vicente Pires.