O setor da construção civil é um dos mais animados com a retomada do desenvolvimento econômico do DF. No debate promovido, ontem, pelo Correio Braziliense, o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Eduardo Aroeira, lembrou que o setor foi um dos poucos que obtiveram bons resultados em meio à a pandemia. No entanto, alertou que o segmento "bateu no teto" e que precisa de ajuda do governo a fim de continuar aquecido.
Para o presidente da Ademi, um dos principais problemas do DF são as invasões, que desestruturam a economia local e impedem a atração de investimentos. "O dano da ilegalidade agride toda a sociedade, não só o empresário. Combater as ocupações ilegais é o único caminho para o desenvolvimento sustentável da nossa cidade", ressaltou.
Aroeira apontou a burocracia excessiva como outro fator que cria um entrave na economia local. "Precisamos avançar nas melhorias da legislação e na rapidez para aprovar projetos", avaliou, durante o encontro. Para ilustrar os prejuízos que tais trâmites administrativos provocam, ele citou que há, no DF, atualmente, mais de 426 mil metros quadrados de empreendimentos aguardando encaminhamento pelos órgãos responsáveis.
Sobre a aprovação de mudanças na Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), em debate na Câmara Legislativa, Aroeira fez um apelo: que os deputados distritais deixem os pontos controversos para deliberação em outra oportunidade e aprovem a maior parte do projeto, para a qual já há consenso. "A Luos é tão importante para nossa cidade que é melhor apartar os temas polêmicos, deixá-los para o futuro", reforçou.
O bom desempenho do setor imobiliário no período de pandemia pode ser observado com dados apresentados pelo presidente da Ademi, que salientou a construção civil como o carro chefe da cadeia de negócios. Em abril de 2020, no início da crise sanitária, o setor tinha 58 mil funcionários. Em setembro deste ano, o número alcançava a marca de 82 mil trabalhadores. O valor geral de lançamentos imobiliários, apenas no segmento residencial, atingiu, neste ano, R$ 3,2 bilhões, aumento de 65% em relação a 2020, com geração de 24 mil empregos.