Com o objetivo de alertar sobre o crescente número de partos prematuros, o mês de novembro é dedicado à sensibilização dos nascimentos prematuros. A campanha é internacional e busca informar a respeito das consequências do nascimento antecipado para o bebê, para a família e para a sociedade. A campanha do Novembro Roxo ocorre durante todo o mês, mas concentra suas ações no Dia Mundial da Prematuridade, em 17 de novembro. A cor roxa é o símbolo do nascimento prematuro e foi escolhida por significar transmutação. “A arte de transformar algo em outra forma ou substância, assim como no desenvolvimento de um bebê prematuro”, explica Miriam Santos, pediatra e coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF.
Neste ano, os esforços da campanha são para impedir a separação entre a mãe e o bebê prematuro. O objetivo é que a mãe possa ficar internada para acompanhar o filho o tempo todo e que o pai tenha livre acesso. Contudo, devido à pandemia do novo coronavírus, o acesso livre dos pais foi interrompido. Além disso, para conscientizar a população sobre o tema, no fim do mês vai acontecer o primeiro seminário da prematuridade do DF. A programação ainda será divulgada pela Secretaria de Saúde do DF.
Vale destacar que o DF está acima da média do Brasil, de acordo com Miriam Santos. No país, a média de prematuridade é de 11,1%, enquanto na capital Federal o índice é de 12%. “Um pré-natal de qualidade é importante para a redução da prematuridade. Entretanto, penso que vai além disso, precisamos ampliar também o planejamento reprodutivo”, afirma.
A médica pontua que o aumento da cobertura da Atenção Primária à Saúde nas regiões vulneráveis é a principal medida para reduzir os índices de prematuridade. São os bebês prematuros, também, os principais receptores dos bancos de leite humano da capital do país, principalmente porque muitas vezes a mãe teve algum problema de saúde que levou à prematuridade e, inicialmente, não conseguiu alimentar o filho.
Outro ponto que afeta a produção de leite materno é o cotidiano da mãe na unidade de terapia intensiva (UTI). “Às vezes, ela (a mãe) pode não conseguir produzir o volume necessário de leite para seu bebê quando ele aumenta a dieta. É importante lembrar que, no DF, oferecemos leite humano pasteurizado para todos os bebês internados nas unidades neonatais e, por isso, a nossa demanda é tão grande”, destaca Miriam.
Doação
Para auxiliar na manutenção do banco de leite, as mulheres que estão amamentando podem ser voluntárias e realizar doações pelo telefone 160, opção 4, ou pelo site Amamenta Brasília. Depois de realizado o protocolo inicial, equipes do Banco de Leite entram em contato para agendar a visita do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), que recolhe o alimento.
Miriam salienta que o leite humano é o melhor alimento para os bebês que estão doentes ou internados em UTIs neonatais. “Ele traz nutrientes para o crescimento e desenvolvimento, além de auxiliar no processo de defesa imunológica das crianças”, finaliza.
*Com informações da Secretaria de Saúde