A missa de Sétimo dia do médico cardiologista e pioneiro do jiu-jitsu no Distrito Federal, José Roberto de Mello Barreto, será celebrada na próxima segunda-feira (29/11), às 8h30, na Paróquia São Pedro de Alcântara, no Lago Sul. José Roberto morreu na última terça-feira (23/11), aos 63 anos, devido complicações de um câncer no pâncreas.
O médico deixa um legado de avanços tecnológicos na área que atuava, além de ser um dos principais responsáveis por trazer o jiu-jitsu para a capital. Natural do Rio de Janeiro, José Roberto veio a Brasília em 1978 em busca do diploma de medicina pela Universidade de Brasília (UnB). Em 1984, ele decidiu que a capital federal seria palco da atuação de excelência que ele estava disposto a entregar para salvar vidas.
Mesmo após conquistar a especialização em cardiologia, entre 1985 e 1986, o médico não parou de estudar. Foram oito cursos de aperfeiçoamento, entre universidades brasileiras e estrangeiras. Em 1989, José Roberto recebeu uma medalha de Honra ao Mérito da Presidência da República, por meio da Secretaria Especial da Ciência e Tecnologia, em 1989, pela excelência em exercer sua profissão.
Em 2021, além de atender pacientes em um consultório particular, ele presidia o Centro de Tratamento Cardiovascular (CTVC), do Hospital Brasília. Na instituição, o médico liderava uma equipe que aliava atendimento de emergência e estudo para criar avanços científicos. Uma das inovações registradas e lideradas pelo médico foi a realização pioneira em Brasília de um implante de válvula aórtica por cateter.
Na época, Barreto afirmou que o procedimento evitava a necessidade da cirurgia aberta e aumentava as chances de salvar pacientes com doença vascular . Com a possibilidade de condução do implante por via percutânea, que é minimamente invasiva, mesmo aqueles que não podem enfrentar uma cirurgia aberta são candidatos ao procedimento, comentou, na época, ao site do CTVC.
Cuidado
O legado que José Roberto deixa é o de muito cuidado com as pessoas, seja profissionalmente, seja no círculo de amizades ou entre entes queridos. A gentileza, a hombridade e o cuidado ficaram marcados pelo ensino e prática do jiu-jitsu. O médico foi o responsável por difundir a prática da arte marcial no Distrito Federal, logo após chegar na cidade, em 1984. Acompanhado do tio, mestre Sérgio Barreto, eles começaram a ensinar a luta para a guarda presidencial da época e também para membros da Polícia Federal.
Aos poucos, José começou a expandir as aulas para alguns amigos, na garagem de casa, aos sábados. A família do médico fundou o Centro de Treinamento Barreto, instituição em vigor até hoje na 507 Sul, com o compromisso integral da formação do atleta. Com esse objetivo, José formou diversos professores do DF e foi responsável pela criação indireta de alguns centros sociais que oferecem aulas gratuitas para crianças e adolescentes de baixa renda como uma forma de ajudá-los a se livrar de possíveis rotas de tráfico de drogas ou outros crimes.
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