Professora de língua portuguesa e redação do Colégio Projeção de Taguatinga Norte, Juliane Costa avaliou o tema "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil" como complexo para uma dissertação. Mesmo assim, ela viu relação com assuntos tratados em sala de aula. "Acredito que deu aquele susto básico nos estudantes por ser algo trabalhado indiretamente, por meio dos eixos temáticos, quando falamos de instabilidade social, por exemplo, e de pessoas que não são consideradas cidadãs. Talvez, para muitos candidatos, faltou parar, respirar e prestar bastante atenção", opinou.
Para José Augusto Brandão de Vilhana Júnior, professor de história do Sigma da Asa Norte, as questões que envolveram escravidão, ditadura militar e machismo retratam discussões antigas do Brasil. Diante disso, ele considerou que faltou aprofundamento dos assuntos paralelamente a problemas contemporâneos. "Tivemos uma amplitude que não vimos em outras provas. Houve, ainda, uma pergunta comentada pelos alunos que citou a música Admirável gado novo, de 1979, que trata da passividade política da população. A ideia de crítica é bem interessante, mas faltou puxarem por pontos atuais do Brasil", analisou.
Outro argumento mencionado por José Augusto envolveu a "isenção", demonstrada por meio de questões que não "buscaram tanto a crítica". "O papel da mulher na prova é mencionado de forma leve. Não há uma crítica muito severa. A temática sobre o racismo não é crítica, apenas abordaram o tema, mas sem fazer um tom de denúncia. Apesar disso, não faltaram perguntas que tiveram a política como elemento", acrescentou o docente.
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