A vulnerabilidade das mulheres negras ao desemprego é uma realidade no Distrito Federal, segundo o Boletim Populações Negras, da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). Enquanto homens negros conseguiram melhorar sua condição no confronto com o desemprego durante o primeiro semestre de 2021, as mulheres negras não conseguiram confrontar essa realidade: 38,1% sofrem com a desocupação, a maior taxa, se comparado ao quantitativo de homens negros (31,2%), e a parcela não negra (30,7%), do mesmo período.
A dificuldade de inserção no mercado de trabalho tem sido um desafio para as mulheres negras nos últimos anos. De acordo com o levantamento, a participação mais intensa da população negra no mercado de trabalho do DF refletiu, principalmente, a presença dos homens negros, cuja taxa de participação no 1º semestre de 2021 chegou a quase 75%, isto é, a cada 100 homens negros de 14 anos e mais, 75 estavam no mercado de trabalho como ocupados ou desempregados. Os homens não negros foram, na sequência, o grupo mais presente na força de trabalho, com taxa de participação de 68,2%; já, 60,6% das mulheres negras e 55,3% das não negras participaram do mercado de trabalho nos primeiros seis meses do ano.
Para aqueles que estão desempregadas, as trajetórias de restabelecimento da inserção produtiva vêm sendo distintas para negros e negras. Para as mulheres negras, o tempo de busca por trabalho no 1º semestre de 2021 ficou em 54 semanas, semelhante ao identificado em 2019 e três semanas menor que 2020. Já, para os homens negros, a duração do desemprego vem se elevando, embora com perda de ritmo, entre os períodos analisados de 2019 e 2021. Contudo, o período ainda é menor se comparado à realidade das negras: 46 semanas em 2019 e 50 semanas em 2021, mostrando que a dificuldade das mulheres ainda é superior.
Quem são?
Para as mulheres negras, o segmento de jovens entre 18 e 24 anos conformou o maior grupo dentre os desempregados, correspondendo, respectivamente, a 31,9% no 1º semestre de 2021, perdendo apenas para os homens negros, que representam 34%. Já o grupo etário entre 30 e 39 anos corresponde ao segundo maior em desemprego na região, nos seis primeiros meses do ano. A proporção de mulheres negras nessa condição foi de 20%, após o aumento observado no período de maior incidência da pandemia, foi praticamente retomado o nível de presença identificado em 2019 (19,6%). Já, as jovens negras adultas com idade entre 25 e 29 anos e na faixa etária entre 40 e 49 anos correspondiam, respectivamente, a 14,4% e 14,0% do contingente de desempregados.
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