CONCURSO DE 1956

Vídeo: Exposição mostra projetos finalistas de Brasília em realidade aumentada

Visitantes poderão visualizar em 3D, com entrada gratuita, todos os sete projetos para a capital finalistas do concurso de 1956 — inclusive o vencedor, de Lúcio Costa

Ana Isabel Mansur
postado em 17/11/2021 22:54 / atualizado em 17/11/2021 23:13
O diferencial da exposição consiste no uso da realidade aumentada, tecnologia bastante usada no mercado imobiliário e nas ações de publicidade -  (crédito: Outra Brasília Nunca Mais/Divulgação)
O diferencial da exposição consiste no uso da realidade aumentada, tecnologia bastante usada no mercado imobiliário e nas ações de publicidade - (crédito: Outra Brasília Nunca Mais/Divulgação)

Até 16 de dezembro, os brasilienses poderão viajar para realidade alternativa e visualizar uma Brasília completamente diferente daquela das superquadras e tesourinhas. Melhor: uma não, seis cidades diferentes. A exposição Outra Brasília Nunca Mais – uma exposição em realidade aumentada oferece aos visitantes a oportunidade de ver materializados os desenhos imaginados pelos participantes do concurso que elegeu o projeto da nova capital, em 1956.

Os trabalhos finalistas — inclusive o vencedor, de autoria de Lúcio Costa — poderão ser vistos presencialmente no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em desenhos 2D das plantas originais. Por meio de um aplicativo gratuito, os projetos também poderão ser acessados pelo smartphone em 3D. O evento terá monitoria de duas estudantes de arquitetura da Universidade de Brasília (UnB), para apoio aos visitantes.

Criação

André Macedo, idealizador da exposição, trabalha com os demais projetos do concurso de Brasília há, pelo menos, 10 anos. "A ideia (da mostra) surgiu quando o FAC (Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal) lançou edital, em 2019, de ações para ocupar os espaços culturais públicos do DF. Eu já estava com a ideia do projeto, estava trabalhando há mais de 10 anos nisso", revela o idealizador.

André pensou em desenvolver a exposição de maneira interativa. "(Queria que fosse) de forma lúdica, para que as pessoas tivessem uma sensação diferente. Como o tema todo envolve arquitetura, (apresentar os projetos em) três dimensões seria interessante", explica, acrescentando que, por conta da pandemia da covid-19, o processo de exposição ficou parado por cerca de um ano.

O projeto utilizou como base de pesquisa a tese de doutorado de Aline Moraes Costa Braga, defendida na Universidade de Campinas (Unicamp) e publicada em 2011 pela editora Alameda, com o título (IM)Possíveis brasílias. O diferencial da exposição consiste no uso da realidade aumentada, tecnologia bastante usada no mercado imobiliário e nas ações de publicidade.

Concurso

Entre as propostas inusitadas para a capital federal, estão desenhos com habitações verticais; edifícios de 300 metros — altura da Torre Eiffel; esteiras rolantes no lugar de calçadas e carros, com acesso ao centro governamental por monotrilho; e uma cidade agrícola, com unidades de vizinhança autossuficientes e cinturões verdes centrais.

À época, o edital da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) foi pouco exigente quanto à justificativa técnica das propostas, solicitando apenas um traçado básico da cidade com a localização das principais instalações e um relatório descritivo. Todos os 26 projetos apresentaram, em algum ponto, o pensamento do arquiteto franco-suíço Le Corbusier — uma unanimidade mundial em arquitetura e urbanismo do período pós-guerra.

A escolha entre os cinco melhores não foi fácil, e a comissão julgadora optou por classificar sete concorrentes: três dividiram o 5º lugar; dois ficaram em 3º; um foi vice e o primeiro colocado, o “avião” de Lúcio Costa.

Acessibilidade

A mostra, que teve início nessa terça-feira (16/11), é para todos. Entre as ações de acessibilidade, estão áudios explicativos em português e em inglês, textos e desenhos em Braille e recursos de audiodescrição. Além disso, o Salão Negro do Panteão dispõe de elevador, e serão agendadas visitas semanais orientadas, em parceria com a Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF, que vai organizar os grupos, disponibilizar o transporte e um intérprete de Libras.

A exposição Outra Brasília Nunca Mais foi contemplada pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, com patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e apoio da Secretaria da Pessoa com Deficiência do GDF. O desenvolvimento do projeto de Realidade Aumentada ficou a cargo da Guanabara Games e a Produção Executiva é da Cor Filmes, produtora independente de audiovisual de Brasília que completa 25 anos neste ano.

Serviço

  • Local: Panteão da Pátria (Praça dos Três Poderes)
  • Data: até 16 de dezembro de 2021; entrada gratuita
  • Horário: de terça a sexta-feira, das 9h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 17h

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