Nutricionista de Águas Claras lavava dinheiro em academia e fast-food para PM agiota

Raiane Campêlo integrava a quadrilha do sargento investigado por agiotagem. Seis pessoas foram presas pela PCDF

Darcianne Diogo

postado em 17/11/2021 20:07 / atualizado em 17/11/2021 20:08

(crédito: Redes sociais)

Apontada como “operadora financeira” de um esquema milionário de agiotagem, a nutricionista Raiane Campêlo está entre os presos da operação S.O.S Malibu, desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na manhã desta terça-feira (17/11). Nas redes sociais, a mulher esbanjava uma vida de luxo.

Além dela, foram presos o sargento da Polícia Militar (PMDF) Ronie Peter Fernandes da Silva, que atuava como chefe da organização criminosa; o irmão dele, o empresário Tiago Fernandes da Silva; e o pai dos dois, Djair Baia da Silva. Investigações revelaram que o militar é suspeito de gerenciar um negócio ilegal que movimentou R$ 8 milhões em seis meses extorquindo pessoas.

De acordo com a apuração policial, Raiane realizava saques de R$ 500 mil a R$ 900 mil na boca do caixa e levava o dinheiro para casa. Os valores eram emprestados para vítimas com juros altíssimos. Além disso, a nutricionista gerenciava empresas, como uma academia e um fast-food de renome no DF, e usava os estabelecimentos para lavar dinheiro oriundos dos juros cobrados pelo PM.

O namorado de Raiane, que não teve a identidade revelada, também participava da quadrilha e acabou preso na operação. Pelas redes sociais, a nutricionista publicava fotos em lugares para paradisíacos, custeadas pelo dinheiro obtido no crime.

Segundo as investigações da PCDF, a cobrança de quem não pagava as prestações do empréstimo em dia era feita por meio de coação e ameaças, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados. Além disso, os valores da agiotagem eram ocultados por meio da aquisição de veículos de luxo, registrados em nome de terceiros, bem como através de quatro empresas de fachada, sediadas em Águas Claras e Vicente Pires.