Um policial reformado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) está entre os presos da operação Cáfila, desencadeada na manhã desta quarta-feira (17/11) com o intuito de desarticular o Comboio do Cão, a maior facção criminosa do DF. Além dele, outras 14 pessoas foram detidas pelos agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Decor).
O Correio apurou que o PM Nilton Barbosa Lima seria um dos suspeitos de fornecer armas para a organização criminosa. O servidor ingressou na corporação em 1993. Morador de Taguatinga, ele se aposentou como soldado por questões de saúde e ganhava, em média, cerca de R$ 6,5 mil por mês.
A Justiça do DF expediu 19 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão. Quinze pessoas foram presas, incluindo dois homens que teriam assumido o comando da facção depois da prisão de Wilian Peres Rodrigues, o Wilinha — capturado em abril deste ano em Paranhos (MS), depois de ficar dois anos foragido. Segundo o delegado à frente do caso, Adriano Valente, um deles era responsável por abastecer as munições e outro era encarregado de cuidar da área financeira da organização.
Os mandados foram cumpridos nas regiões do Riacho Fundo, Samambaia, Recanto das Emas, Gama, Paranoá e Águas Claras, além de cidades do entorno do DF, como Luziânia. Nas casas dos criminosos, a polícia encontrou mais de 20 armas, como pistolas, revólveres e espingardas, sendo algumas com seletor de rajada (dispositivo que acelera o disparo das munições), cerca de 10 mil munições de diversos calibres, três carros de luxo, além do sequestro de imóveis. “A atuação da facção se concentra no DF e Entorno, mas verificamos que eles mantinham contato com grupos internacionais, como na fronteira do Paraguai, inclusive para conseguir o abastecimento de drogas”, detalhou Valente.
Durante as investigações, que contaram com a participação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), foi identificado complexo empreendimento delitivo que envolve ações logísticas de tráfico de drogas e armas de fogo advindos da região fronteiriça do país. Além disso, a apuração encontrou mecanismos de levantamento e identificação de inimigos para garantia do domínio territorial e atos de lavagem de capitais, tais como a aquisição de móveis e imóveis em nome de terceiros e pulverização dos recursos financeiros de origem criminosa em diferentes endereços bancários de forma sucessiva até a conversão em espécie.
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