A ceia de Natal será sinônimo de economia para os moradores do Distrito Federal. Supermercados esperam alta de 14% a 16% no preço do peru neste fim de ano, em comparação ao mesmo período de 2020. Isso deve-se à retomada econômica do comércio, com preço médio do peru e do chester em torno de R$ 26, o quilo. Os consumidores ouvidos pelo Correio relataram que vão escolher poucos alimentos para valorizar a comida e evitar o desperdício.
Dona de casa, a moradora do Cruzeiro Novo Satomi Aoki, 50 anos, conta que vai economizar mais neste fim de ano. “A gente vai fazer uma ceia simples, comprar o peru mais barato, fazer uma maionese, arroz e uma farofa. Estou esperando chegar mais próximo do Natal. A gente está pensando em uma ave, pelo sabor e porque é mais barata”, adianta.
Moradora da Octogonal, a servidora pública Daiane Nunes, 44, decidiu que vai comprar peru, mas quer analisar os preços em outros mercados para achar o valor mais barato. “Estou achando caro o quilo do peru por quase R$ 30. Geralmente, vou em, no máximo, três mercados. Se eu achar que eu ainda não gostei do preço em dois locais, vou em um terceiro. Não vou conseguir me reunir com a outra parte da família, pois vou ficar em casa. Geralmente, viajo com meu marido e dois filhos para Florianópolis ou para o Maranhão. Mas com a alta na inflação, aumentou tudo”, relata.
A aposentada Francisca Lopes dos Santos, 62, deve passar o Natal com 15 familiares, porque a vacinação a deixou mais segura para encontrar os parentes na data comemorativa. No fim do ano passado, ela celebrou a data somente com o filho e o sobrinho, que moram com ela. “A gente passou a minimizar as coisas. É uma fartura controlada, porque é sem desperdiçar comida”, afirma a moradora do Cruzeiro Velho.
Gerente do Super Veneza, do Cruzeiro Novo, Givanildo de Aguiar espera vender mais aves natalinas neste fim de ano, em relação a 2020. Especificamente, o peru deve ter alta de 16%. “A gente está fazendo negociações com os nossos fornecedores para tentar baixar o preço para o consumidor final. Tem o incremento do 13º salário dos trabalhadores, mas tem muita gente que vai depender do Auxílio Brasil para garantir uma ave na ceia do Natal. Ainda assim, esperamos retomar o nível das vendas do fim de 2019, no período pré-pandemia”, assegura Givanildo. Ele conta que o consumidor tem ido mais vezes ao supermercado, pois tem comprando menos. “Tudo isso para ter segurança e fazer o dinheiro render um pouco. É uma tendência de mercado: as pessoas buscam pesquisar para depois ter a decisão de compra”, avalia o gerente.
Já o gerente do Big Box da 412 Sul, Marionísio Rodrigues da Silva, garante que o preço médio do peru vai aumentar 23% neste fim de 2021, em comparação com o mesmo período do ano passado. “É um ou outro cliente que compra esse produto agora, porque o brasileiro deixa sempre (para comprar) de última hora. De forma geral, o povo está achando tudo muito caro. Quem achava um preço acessível, está achando um pouco mais caro. Mas, na véspera de Natal, as pessoas conseguem um preço melhor”, descreve o comerciante.
Na contramão de muitos que optam por uma Ceia de Natal tradicional, a aposentada e moradora da Octogonal Lídia Campos, 72, vai passar a data religiosa somente com filha e a neta. Elas planejam comer carne vermelha e outros alimentos em conta. “Vamos fugir do tradicional. Subiu bastante o preço de tudo. Nós não vamos comprar peru, até porque é grande para nós três. Vamos fazer carne, arroz, salada e talvez um empadão. Por isso que a gente compra sempre o essencial. Vamos festejar porque conseguimos passar pela parte difícil da pandemia, e ainda sentimos bastante por aqueles que perderam entes queridos”, conta a aposentada, que no ano passado ficou internada com covid-19 por uma semana em um hospital particular da Asa Sul.
Alta
Segundo o presidente do Sindicato dos Supermercados do Distrito Federal (Sindsuper-DF), Gilmar Pereira, os supermercados terão alta de 5% nas vendas de alimentos natalinos neste fim de ano, em comparação com o mesmo período de 2020. A alta deve-se a uma pequena recuperação econômica. "Mas (o setor) ainda não atinge os índices do fim de 2019. O cliente está avaliando mais os preços. Os produtos que mais vendem são os chester e o peru, depois as aves natalinas em geral", adianta.
Gilmar destaca que a estimativa de preço do chester e do peru fica em torno de R$ 26, o quilo. "Uma ave pesa, em média, 4,5kg. Ou seja, dá R$ 120. Há bastante gente que vai optar por frango. Aí é pesquisar e comprar o melhor custo-benefício entre os produtos", orienta.
Segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire, as comidas natalinas tiveram alta em relação ao fim de 2020. “Houve aumento normal de carnes e aves, mas não há desabastecimento de alimentos para o Natal”, analisa. Para José Aparecido, o importante é o consumidor pesquisar os valores nos mercados pelo DF. “É a questão da marca do produto que diferencia os preços. É claro que tem alguns supermercados que fazem as suas ofertas. O consumidor tem que ficar atento e fazer as pesquisa”, esclarece o presidente da Fecomércio-DF.
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