Insatisfeitos com a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante da classe, policiais federais de todo país protestaram, nesta terça-feira (16/11), em Brasília. Associações de delegados, peritos e agentes da PF também realizaram atos em vários estados para cobrar promessas não cumpridas pelo Executivo Federal e por mais valorização dos profissionais.
Em frente à sede da PF em Brasília, os representantes das entidades colocaram faixas para cobrar o governo e reiteraram o sentimento de abandono e frustração. O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luis Antônio Boudens, afirmou que as classes da polícia foram tratadas de maneiras diferentes pelo presidente. “Por que os militares não foram atingidos pelas reformas, enquanto os policiais perderam direitos?”, questionou.
Está na mesa do presidente Bolsonaro uma proposta que reajusta o salário dos policiais federais, rodoviários federais e policiais penais usando recursos da PEC dos Precatórios, em tramitação do Senado. Segundo estimativas do Ministério da Economia, o projeto abre R$ 91 bilhões do orçamento do governo por alterar a forma como o teto de gastos é calculado.
O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Felix de Paiva, critica a solução encontrada pelo Executivo. “Não deveríamos estar dependendo da PEC dos Precatórios para sermos valorizados. Quando o governo quer, ele encontra recursos pras suas prioridades. Se não encontrar para PF é porque a PF não é sua prioridade realmente”, afirma.
Em nota coletiva, as entidades também se manifestaram. “Os policiais não têm motivos para comemoração”, disse o documento divulgado. “No ano passado, no mesmo dia 16 de novembro, o então Ministro da Justiça e Segurança Pública, em nome do Presidente da República, prometeu valorização e reconhecimento do trabalho prestado pelo policial federal. Um ano depois, nada de concreto foi efetivado”.
O documento foi assinado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF); Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF); Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol); Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef); e Sindicato dos Delegados de Polícia Federal (Sindepol).
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