O médico Thiago Zacariotto Lima Alves, que sacou uma arma em uma pizzaria na Asa Sul em 26 de setembro, fez um acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para ter como pena o pagamento de R$ 3 mil à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do DF (Apae).
Chamado de acordo de não persecução penal, o recurso é uma possibilidade dada aos autores de crimes para se ter como alternativa do processo criminal outras formas de reparação dos danos causados em delito. O MP propôs a substituição do processo na última quinta-feira (11/11).
O acordo proposto pelo órgão estabelece que, enquanto o pagamento não for cumprido, o médico não pode cometer outros crimes, caso contrário a deliberação será suspensa.
Relembre
Em 26 de setembro, uma noite de domingo, Thiago chegou a uma pizzaria da Asa Sul alterado e nervoso. Segundo o proprietário do estabelecimento, ele estava irritado com a demora na entrega de duas pizzas, compradas por aplicativo. Contudo, o dono da pizzaria ressaltou que, na verdade, Thiago havia esquecido de atualizar o endereço de entrega no app, por isso o pedido não tinha chegado.
O médico havia se mudado para um novo endereço três dias antes da data do ocorrido. Thiago chegou a entregar para a polícia uma pistola 9mm com três carregadores e um revólver calibre 38, apresentado na 1ª Delegacia de Polícia, durante as investigações. O médico possui registro de CAC (colecionador, atirador e caçador), mas só poderia portar a arma do trajeto de sua casa até o estande de tiros.
Improbidade
O profissional de saúde já foi investigado em 2016. O Correio revelou que, na época, o Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA) solicitou a condenação de Thiago pelo crime de improbidade administrativa. Em 2013 e 2014, quando ocupava a função de secretário Municipal de Saúde de Santa Inês (MA), na administração de seu pai José de Ribamar Costa, que era prefeito da cidade, eles teriam contratado servidores sem concurso público, fora dos casos previstos em lei. Uma odontóloga, que era funcionária da administração, teria colaborado com os atos.
Na justificativa do MP, os envolvidos ofenderam o princípio de moralidade administrativa, “na medida que não coadunam com os fundamentos éticos da boa administração”. A sentença ainda não foi definida pela Justiça. O Ministério Público pediu a condenação dos três por improbidade administrativa.
O Correio também apurou que o profissional de saúde teria contratado mais de R$ 1,2 milhão em serviços sem licitação no período em que foi secretário no Maranhão. Outra denúncia do MPMA detalha quais foram os serviços contratados, como a locação de um imóvel na Rua das Laranjeiras, avaliado em R$ 42.500, o arrendamento das instalações e equipamentos do Hospital Municipal Tomás Martins (R$ 658.680), serviços de assessoria contábil (R$ 147 mil), serviços médicos de ortopedia (R$ 34.450), aquisição de confecção de materiais impressos gráficos (R$ 72.150), além de outros serviços médicos prestados em densitometria, tomografias e mamografias, que totalizaram um gasto de mais de R$ 117 mil.
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