Entrevista | Thales Mendes Ferreira | Secretário de Trabalho do DF

Secretaria cadastra entregadores

Pasta registrará ciclistas que atuam com delivery. A ideia é desenvolver políticas públicas para o segmento

Pedro Marra
postado em 10/11/2021 00:01
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A Secretaria de Trabalho do Distrito Federal (Setrab) vai cadastrar, até 6 de dezembro, ciclistas que atuam com entrega por aplicativo. A medida visa garantir o acesso deles a equipamentos de segurança que contribuam com a função exercida e ajudar no desenvolvimento de políticas públicas voltadas a essa categoria.

Ontem, em entrevista à jornalista Samanta Sallum, no CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília —, o chefe da pasta, Thales Mendes Ferreira, detalhou a iniciativa e anunciou outras apostas do governo. Entre elas, estão a abertura de edital com 19,3 mil vagas para cursos presenciais em 50 áreas do conhecimento; o lançamento do programa Jornada da Mulher Trabalhadora; e a reabertura da Fábrica Social na primeira quinzena de dezembro, com 400 oportunidades de profissionalização.

Um dos efeitos da pandemia
foi o fechamento dos restaurantes por meses.

Com isso, aumentou o
número de entregadores por aplicativo. Há um sistema
para cadastrá-los?

Percebemos, com a pandemia e as empresas trabalhando com delivery, um grande uso da mão de obra em bicicletas nas entregas das encomendas, principalmente na área alimentícia. Percebemos no perfil desse trabalhador que a maioria é jovem. É aquele que sai do ensino médio, não tem qualificação nem experiência profissional, basicamente o que se exige em um processo de contratação. Observando as condições de trabalho que eles têm hoje, montamos um chamamento público — prorrogado até 6 de dezembro — para cadastrá-los. Queremos construir uma política pública voltada à proteção e à garantia dos direitos deles.

Na prática, como será esse apoio aos ciclistas entregadores?

Constrói-se uma política pública ouvindo quem realmente precisa dela. Temos, hoje, 1.018 pessoas cadastradas. Mas nossa expectativa é chegar a, aproximadamente, 2 mil inscritos. Todos que participarem do cadastramento vão receber um kit de segurança, com capacete, luva, colete de sinalização, sinalizador de bicicleta para que eles sejam vistos à noite e não corram tanto risco, além de uma bolsinha para colocar o celular e não pedalarem com o telefone em mãos. Além disso, poderemos ofertar cursos de qualificação profissional em outras áreas. Sabemos que a carga horária desses trabalhadores é muito alta, a condição em que eles vivem não é legal, e a maioria não tem onde esperar o outro chamado do celular.

Que orientações você dá para quem busca emprego no DF?

Só na área da construção, são 100 vagas, das 300 a 400 que divulgamos diariamente. A orientação que damos é procurar a Agência do Trabalhador, fazer o cadastro e registrar todas as habilidades ou experiências profissionais, porque, todos os dias, temos equipes que visitam as empresas e captam essas vagas. Brasília tem vocação para abertura de cargos na área de serviços. (Além disso,) lançamos um edital de licitação para 19,3 mil vagas em cursos presenciais, divididos entre 50 áreas de conhecimento — que vão desde atendente de pet shop ao ramo de hotelaria, serviços. E lançamos o programa Jornada da Mulher Trabalhadora, com 1,2 mil vagas para o setor da beleza: hoje (ontem), no Itapoã; na semana que vem, na Estrutural; depois, vamos ao Sol Nascente, porque existe demanda de mercado para essas profissionais.

Como a taxa de desemprego
no DF se comportou nos últimos meses e qual a
meta de redução dela
daqui para a frente?

Chegamos ao auge da pandemia com mais de 360 mil pessoas desempregadas em Brasília, de outubro a dezembro do ano passado. Vínhamos batendo números de 280 mil, 290 mil sem emprego, e houve esse pico em função da própria pandemia, com fechamento das empresas e do comércio local. Agora, temos trabalhado em um patamar de antes da pandemia. Isso demonstra aquecimento da economia e uma retomada das empresas em relação às novas contratações, o que faz com que haja diminuição das taxas. A estimativa é muito positiva. E temos trabalhando em busca de dar incentivo às empresas, porque quem gera emprego são os empresários. À medida que (os negócios) abrem e crescem, vão contratando mais pessoas.

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