Nascido em Floriano, no Piauí, Geraldo Medeiros Júnior, 56 anos, o comandante do avião que levava a cantora Marília Mendonça para Caratinga, em Minas Gerais, morava com a família em Brasília. O piloto deixou três filhos, Vitória Dias Medeiros, fruto do primeiro casamento, Laura, de 10 anos e João, de 3 anos, nascidos na segunda união. Ele era piloto aposentado da companhia aérea Tam e, após a aposentadoria, realizou um curso de reciclagem e voltou a atuar na profissão que amava.
Ao Correio, a madrinha e tia do piloto Maria do Carmo Drumond Martins, de 84 anos, informou que o corpo de Geraldo deve chegar em Brasília às 5h deste domingo (7/11). Após o velório, ele será cremado e suas cinzas serão levadas para o Piauí. “O plano da mãe dele é levar as cinzas para a cidade que ele nasceu e colocar junto às cinzas do pai dele, que faleceu há três anos, no túmulo do irmão mais novo, que faleceu novo, aos 23 anos. Agora minha irmã vai passar por mais essa, coitada”, lamenta a madrinha de Geraldo.
O piloto se mudou para a capital logo após o nascimento. “A mãe dele morava em Brasília, então logo após o nascimento eles voltaram pra lá (DFD), mas Geraldo amava essa terra, amava o Piauí. Eles saíram daqui porque o pai dele foi transferido para o Ministério das Comunicações, na capital. Mas sempre vinham aqui, até duas ou três vezes por ano para visitar os avós e o restante da família”, explica Maria do Carmo.
A tia ainda conta que Maria Genuina Drumond de Medeiros, mãe de Geraldo, que mora no Piauí, se despediu do filho nesta última semana. “Ela foi passar férias em Brasília e voltou para o nordeste pois tinha uma viagem de férias marcada para o Ceará, local em que ela recebeu a notícia da morte do filho. Mas ela já viajou para Brasília para ajudar a organizar o enterro”.
Geraldo, que a princípio seria cremado, foi enterrado no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A família mudou de ideia e decidiu não cremar o corpo. O piloto foi velado e sepultado na manhã de domingo (7/11) sob forte comoção.
Carreira
A família conta que o comandante sempre teve o sonho de voar. “Ele começou a carreira no ar fazendo um curso em Juiz de Fora, em Minas Gerais, para ser paraquedista. Depois ele entrou na aviação e foi piloto durante muitos anos da Tam e de vários famosos como o Amado Batista. Temos muito orgulho dele. Ele era uma pessoa boa, delicada. De todos os filhos da minha irmã, ele era o mais chegado à família do piauí,” explica Maria do Carmo.
Geraldo também atuou durante a pandemia, o piloto levou pessoas doentes de Manaus para outras cidades do Brasil que tinham maior capacidade de atendimento. “Nós temos muito orgulho dele. Ele trabalhou muito, principalmente agora na pandemia, ele não parava. Voou o Brasil todo fazendo isso”, relata a prima Maria Tereza.
Homenagens da filha
A filha Vitória prestou homenagens ao pai nas redes sociais. Em um vídeo disse, “Nas minhas vivências ele me ensinava sobre o amor, apenas convivendo com ele. Às vezes eu perguntava pra ele: Pai, o que o senhor acha da vida? E ele respondia: Uma dádiva”.
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Em outra postagem escreveu: “Obrigada por vir se despedir de mim de uma forma inefável, boa. O senhor fez tudo. Sua presença é ilustre. Meu herói. Amor da minha vida. A morte é só uma passagem”.
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