Patrimônio

Pedra Fundamental de Planaltina tem marcas de tiro; moradores lamentam violência

Distante 46,5km do centro da capital federal, a pedra foi construída em 1922, no Morro do Centenário. Sem fiscalização, a estrutura está sendo danificada e não há previsão para conserto

Moradores da região de Planaltina divulgaram nas redes sociais imagens da Pedra Fundamental — Patrimônio Histórico do Distrito Federal — danificada e com marcas de tiros, neste domingo (31/10). O Correio foi até o local conferir como estava a estrutura e o ambiente que a cerca.

Distante 46,5km do centro da capital federal, a Pedra Fundamental foi construída em 1922, no Morro do Centenário. O obelisco foi assentado em 7 de setembro por determinação do presidente, à época, Epitácio Pessoa, em comemoração ao centenário da Independência. Moradores da região lamentam as marcas causadas pelos disparos de arma de fogo.

Para Djacyr Ferreira, que frequenta o local há anos, encontrar o patrimônio deteriorado e sem fiscalização causa tristeza. Ela relatou que o lugar causa medo por ser isolado e não ter segurança.

“Essa é a terceira vez que venho aqui, porque gosto de olhar, refletir e ver o pôr do sol. Mas é uma pena que as pessoas estejam destruindo a benfeitoria. Se houvesse fiscalização e uma divulgação desse espaço, acho que seria algo bom para os moradores de Planaltina e turistas. Tem gente que mora por aqui há anos e não sabe que essa pedra existe”, relatou Djacyr.

Divulgação/Redes sociais - Imagem de Pedra Fundamental com marcas de tiro em Planaltina foi divulgada

Visitação

A estrutura tem forma piramidal de base quadrada com 3,75m de altura. As faces estão orientadas pelos pontos cardeais — Norte, Sul, Leste e Oeste. No ano da instalação, a Constituição Federal já previa a mudança da Capital do Rio de Janeiro para Brasília.

Moradora de Planaltina há 30 anos, Antônia da Silva não conhecia o monumento. Porém, neste domingo, a amiga Djacyr Ferreira,47, levou a moça para dar uma volta e observar a paisagem. “Tirei o dia para conhecer esse lugar e estou adorando, pois nunca tinha vindo. Nossa, é maravilhoso tomar um vento e observar a região”, declarou Antônia.

Procurado pela reportagem, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não se pronunciou até a publicação desta nota. O espaço segue aberto para esclarecimentos.