Por falta de recursos, a creche comunitária Monte Moriá, localizada em São Sebastião, pode ter de encerrar as atividades. O local, que existe há cinco anos, necessita de doações para continuar funcionando. O espaço abriga crianças em risco social, além de dar apoio a mulheres em vulnerabilidade, que sofrem violência doméstica ou que precisam trabalhar fora de casa.
De acordo com Maria do Carmo Martins, 40 anos, diretora e presidente da iniciativa, o lugar também ajuda refugiados venezuelanos. Durante o período de isolamento social devido à pandemia da covid-19, a creche continuou oferecendo as atividades. “A gente fez distribuição de alimentos para crianças e suas famílias e também para muitos refugiados”, explica a diretora.
O atendimento da creche é gratuito. Sem fins lucrativos ou ajuda governamental, para manter as portas abertas eles contam com ajuda da comunidade. Cerca de 60 crianças de 1 a 4 anos e 52 mães são ajudadas pela instituição, e a lista de espera para participar é grande.
A assistência às crianças é feita com alimentos, higiene e acompanhamento pedagógico. O apoio também é voltado para o convívio doméstico dos meninos e meninas, por meio de denúncias ao Conselho Tutelar em caso de abusos ou violência.
Por conta da pandemia, algumas pessoas deixaram de ajudar a creche financeiramente. Segundo Maria do Carmo, muitos doadores morreram em decorrência da covid-19 e outros perderam o emprego. A responsável se preocupa com a atual situação do local, pois tem medo de perder o espaço pelas contas atrasadas.
A diretora relata que, para tentar melhorar o cenário, abriu um processo para credenciar a creche junto à Secretaria de Educação. O cadastro, contudo, ainda não foi obtido. As reformas pedidas pelo GDF e outras melhorias foram feitas, e Maria do Carmo aguarda a confirmação do processo.
Para mais informações sobre como ajudar a creche Monte Moriá, basta ligar para os números (61) 3335-1554 e (61) 98450-7961, ou entrar en contato pelas redes sociais ou site.
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Mães precisam da creche
“Se chegar ao ponto de fechar a creche, não só eu, mas muitas mães vão ficar sentidas”, conta Silvana Lima, 37, cuja filha de três anos frequenta a instituição. A menina é a terceira filha da mulher a ser acolhida pela Monte Moriá. Os dois filhos mais velhos, hoje com 7 e 8 anos, frequentaram o local até completarem 4 anos, idade limite de participação. “A creche para mim e meus filhos é uma bênção. Eles me ajudam com alimentos, brinquedos, cestas básicas. Todo mês eu recebo itens”, explica a mãe.
Silvana é empregada doméstica e mora em São Sebastião e lembra que conseguiu a primeira vaga com ajuda de uma ex-patroa. “Morava até longe da creche (na época), mas, pelo cuidado que eles têm com as crianças, não importa a distância”, comenta a mulher.
Ela conta que a Monte Moriá esteve presente em momentos de dificuldade da família dela. “Teve uma vez que eu não tinha nada em casa para comer e eles me deram uma compra completa. Caí em lágrimas”, emociona-se.
A mãe acredita na recuperação da Monte Moriá e torce para que o local dê a volta por cima e supere as dificuldades enfrentadas atualmente. “Sei que eles são uma equipe que sempre luta para melhorar, a cada dia. Com força, eles não vão permitir que feche”, confia Silvana.
*Estagiário sob supervisão de Ana Isabel Mansur