Na próxima semana, novembro chega com a campanha Novembro Azul, um alerta para o tratamento do câncer de próstata. Em 2020 foram 65 mil casos diagnosticados no Brasil. Em entrevista a Vicente Nunes, nesta quinta-feira (28/10), no CB. Saúde, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, Paulo Gustavo Bergerot, oncologista do Cettro, Centro Clínico de Câncer de Brasília, falou sobre a prevenção e tratamentos do câncer de próstata.
Segundo o oncologista, o câncer de próstata não é o que mais mata, mas é o mais prevalente. “A incidência vem crescendo nos últimos anos devido a uma série de fatores. Possivelmente, a doença vem se tornando mais comum, mas não necessariamente isso. A gente sabe que uma grande parte desse aumento do número de casos é devido a um aumento da detecção precoce da doença”, explica.
Para Bergerot, é importante divulgar informações sobre prevenção e tratamento da doença. “A incidência do câncer de próstata é bastante alta, para homens com mais idade é o câncer mais incidente na população masculina. Dentro da saúde de jovens e adolescentes, o câncer mais comum é o de testículos, um câncer que, no geral, aparece a partir de sintomas diferentes do de próstata, em que o homem fica assintomático, principalmente nas fases iniciais, até ele se tornar avançado", esclarece.
Segundo o médico, o câncer de testículos apresenta sintomas, por isso é importante promover o autoexame. "Embora seja o câncer mais comum entre os homens jovens, na população, em geral, ele é incomum. Acho que não justificaria uma grande preocupação da comunidade como um todo, fazendo campanhas, é uma situação bastante rara. O câncer de próstata, no homem, é o mais comum”, completa o oncologista.
Tratar desde cedo
De acordo com o oncologista, é muito importante tratar a saúde do homem desde cedo. “Por exemplo, as meninas, quando ficam adolescentes e passam para a vida adulta, precisam de uma rotina com o ginecologista. Talvez a questão do urologista em idade jovem não precise ser tão frequente, mas é necessário quebrar alguns tabus em relação ao autocuidado masculino”, comenta o médico, que sugere exame periódicos com intervalos de cinco anos.
Bergerot observa que esse autocuidado vem do exemplo da família. “Acho que a principal questão que os pais têm em relação aos filhos é o exemplo. Se o filho cresce vendo um pai que não tem o autocuidado, ou que até tenha algum tipo de preconceito ou restrição ao toque retal ou a qualquer outro tipo de avaliação médica, vai atrapalhar. Acaba sendo um valor cultural, de educação. A questão do exemplo é fundamental: aquele filho jovem, ou o adulto jovem, que vê os pais fazendo os exames cresce com essa conscientização”, observa.
Ao finalizar, o oncologista ressaltou: “Cuide-se. Mulheres, homens, acompanhantes e esposas, promovam a educação no sentido do homem ter esse autocuidado. O grande foco dessa campanha, que permanece por todo mês de novembro, é a detecção precoce da doença em um nível curável, pois desta forma vamos curar o câncer, uma coisa que alguns anos atrás parecia impossível. Hoje, cura e câncer são duas palavras que conseguimos combinar. A saúde do homem é importante sempre”, ressalta.