O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde indica que o Distrito Federal (DF) tem o menor índice de mortalidade infantil em todo o Brasil. Com 8,5, o DF está abaixo da meta registrada em outras unidades da federação que registraram 13,3 mortes por cada mil crianças nascidas. Esses dados são de 2019 e pela primeira vez a capital ficou com o índice abaixo de 10.
Em outubro de 2021, o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) inaugurou uma nova ala de Terapia Renal Substantiva que beneficia diversas crianças que precisam fazer diálise. O DF também se destaca por ter um protocolo especializado para o uso do medicamento Palivizumabe, que combate doenças respiratórias, em recém-nascidos de até 31 semanas e seis dias. Em outros estados o uso só vai até 28 semanas.
A capital é a única unidade da federação que desde 2011 possui o Teste do Pezinho ampliado, que detecta 40 doenças, número que será ampliado para 53. Em 2020 foram realizados 39.500 exames de primeira amostra, com um total de 37.918 nascidos vivos na rede pública. Ao todo já foram realizados mais de meio milhão de testes no DF.
Estratégia de saúde familiar
A médica Miriam Santos, presidente do comitê central de prevenção e controle dos óbitos materno fetal e infantil do DF, ressalta que a mortalidade infantil é uma ação que envolve não só a Secretária de Saúde, mas também o saneamento básico, água encanada, transporte, entre outros. A médica ainda destaca a importância de se ter iniciativas como os bancos de leite e a cobertura na rede pública e privada de saúde, além de ações que vão desde o planejamento familiar até o tratamento de doenças infantis.
É necessário a implantação da estratégia de saúde de famílias para que facilite o acesso ao atendimento na área da saúde, especialmente nas regiões mais vulneráveis do DF, destaca Miriam Santos. “Nós temos diferenças entre as nossas regiões de saúde. E isso faz com que desejemos batalhar mais para que a gente melhore a qualidade de saúde, da educação, das políticas públicas”, diz.
Os servidores da área de saúde têm passado por treinamentos específicos da chamada Estratégia AIDPI, de atenção integral à doenças prevalentes na infância. A expectativa da Secretaria de Saúde é que o DF continue com os índices de mortalidade infantil abaixo da média nacional.
Campanha de multivacinação
A cobertura vacinal contra várias doenças no DF está abaixo da meta do Ministério da Saúde. Segundo a Secretaria de Saúde, um dos maiores desafios para manter o índice de mortalidade infantil baixo na capital é a vacinação. A capital e outros estados brasileiros têm registrado uma queda na cobertura vacinal. A pandemia, as fake news que circulam nas redes sociais como não existir mais risco de contaminação por doenças como sarampo, que voltou a ter casos registrados no Brasil, são fatores que contribuem para essa queda na taxa de vacinação.
Mais de 20% da população do DF não estão imunizadas contra a pólio, rotavírus e tríplice. Sendo assim, a campanha de multivacinação vai até sexta-feira (29/10) para crianças de zero a 14 anos. São 111 postos abertos de segunda a sexta-feira que atualizam os cartões de vacina.
*Com informações da Secretaria de Saúde