"Não tem como explicar a dor. Nossa experiência como pais foi curta, mas só de momentos felizes", afirma Valdemir Noleto, 23 anos. Pai de Amariah Noleto, 6 meses, ele descobriu que a criança havia morrido após deixá-la em uma creche, na quarta-feira (20/10), em Planaltina (DF). Na tarde deste sábado (23/10), o jovem sepultou a filha, no Cemitério de Planaltina.
"Ela (Amariah) nunca vai se apagar da memória", completou o pai. Desde a data do ocorrido, essa foi a primeira vez que Valdemir se pronunciou sobre o caso. A mãe de Amariah estava muito abalada para falar e não quis dar entrevistas. Por enquanto, a família aguarda o andamento das investigações, conduzidas pela 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina).
Valdemir disse que o dia em a filha morreu foi em uma das raras ocasiões que ele conseguia busca-lá na creche. "Eu estava de folga e, por isso, fui lá. Quando cheguei, as monitoras pediram para eu esperar. Passaram uns 20 minutos e nada de me entregarem minha filha. (Depois,) disseram que queriam ter uma reunião comigo e minha esposa", contou.
O pai acrescentou que só soube da morte de Amariah ao chegar ao Hospital Regional de Planaltina (HRPl), para onde foi levada a criança. "Não podemos julgar. Mas só Deus para confortar nosso coração", lamentou o jovem. A Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que a creche funcionava de maneira irregular.
Tragédia
Amariah morreu enquanto estava em uma creche, na Vila Buritis, em Planaltina (DF). O pai da menina só recebeu a notícia de que ela estava morta quando foi busca-la, por volta das 17h da última quarta-feira (20/10). As monitoras teriam dito a ele que a criança morreu por engasgo.
No entanto, médicos do HRPl — onde foi constatada a morte — descartaram essa opção. Amariah teria chegado sem vida ao hospital. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), que deve ajudar a polícia a elucidar a causa do óbito, tem previsão de sair na semana que vem.
Se comprovada a responsabilidade, uma das donas da creche suspeita de cometer o crime pode responder por homicídio com dolo eventual — quando assume-se o risco de provocar a morte de alguém. Marina Pereira da Costa, 22 anos, foi detida em flagrante, mas teve a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia, na sexta-feira (22/10).