Crime

Caso Ana Rita: Justiça condena 5 envolvidos no assassinato que chocou o DF

Julgamento durou três dias e cinco dos seis envolvidos no assassinato de Ana Rita foram condenados após cinco anos do crime

Após três dias de julgamento, o juiz presidente do Tribunal do Júri do Núcleo Bandeirante, Aragonê Nunes Fernandes, condenou cinco acusados de matar Ana Rita Graziela Silva, em outubro de 2016, em uma fábrica no Núcleo Bandeirante. Os acusados alegam que tinham intenção de matar a mãe da vítima, Gilvana Rodrigues Teles, mas confundiram a filha com ela.

Ao longo de três dias de julgamento, o magistrado ouviu seis testemunhas, além da defesa e os próprios reús, acusados do assassinato que chocou o Distrito Federal. Yuri Hermano Tavares de Brito, organizador do crime e ex-companheiro da mãe da vítima, foi condenado por homicídio, em todas qualificações, com pena de 24 anos de prisão em regime fechado. Jader Nei Rodrigues Barbosa, comparsa de Yuri, foi condenado por homicídio, com pena de 21 anos e quatro meses, em regime fechado;

Joabis Rodrigues Batista foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma, com pena de 20 anos e oito meses de reclusão, em regime fechado. Lucas dos Santos Almeida, autor dos disparos que matou Ana Rita, foi condenado por homicídio e roubo, com pena de 17 anos e quatro meses, em regime fechado, e Janilene Ferreira Lima, condenada por homicídio simples, deve cumprir pena de seis anos de prisão, em regime aberto. Jermapine da Silva Rocha foi absolvida após os jurados afirmarem a materialidade, mas negarem a autoria ou participação no caso.

O magistrado do Tribunal do Núcleo Bandeirante pontuou, em sua decisão, que os condenados não terão direito de recorrer em liberdade e, portanto, cumprirão toda a pena em regime fechado, com exceção de Jermaíne, que foi absolvida, e Janilene, que irá cumprir pena em regime aberto.

Relembre o caso

Tratado, inicialmente, como caso de latrocínio — roubo com morte —, o assassinato de Ana Rita ocorreu em 21 de outubro de 2016. A vítima tinha 21 anos e estava na serralheria da família, no Núcleo Bandeirante, quando foi vítima de um assalto. Os criminosos pediram o celular da vítima — que não tinha o aparelho, pois havia sido assaltada dias antes — e mataram-na com dois tiros na cabeça.

Posteriormente, a polícia descobriu que a ação envolveu um assassinato por encomenda, executado por integrantes de um grupo de extermínio que atuava no Distrito Federal e no Entorno. O alvo era a mãe de Ana Rita, Gilvana Teles. Os criminosos teriam sido contratados por um ex-companheiro dela, o empresário Yuri Germano Tavares de Brito, e receberam R$ 10 mil pela execução.

Planejamento e acusações

A denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) afirma que ele estava insatisfeito com a divisão patrimonial e teria dito ao amigo Jader Rodrigues Batista que pretendia contratar alguém para matar a ex-companheira. Em seguida, Jader teria apresentado Yuri a Cícero Nunes de Lima. Os três, segundo a acusação, teriam recrutado Jobias Rodrigues Batista e Lucas dos Santos Almeida para cometer o crime.

Yuri, Cícero, Lucas e Jobias teriam se reunido com Janilene Ferreira Lima e Jermaine da Silva Rocha para combinar os detalhes da execução. O pagamento seria feito após o assassinato, marcado para acontecer na serralheria da família.

Yuri entregou a foto da ex-companheira para Janilene e Jermaine, que, no dia do crime, ao verem uma mulher com fisionomia semelhante à de Gilvana, indicaram a mulher a Lucas. Este, por sua vez, entrou na loja, anunciou o assalto e atirou contra Ana Rita.

 

*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel