O fim de semana foi marcado pela violência no Distrito Federal. Em 48 horas, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) registrou, pelo menos, seis assassinatos. Os crimes ocorreram entre a noite da última sexta (15/10) e o fim da tarde deste domingo (17/10), nas regiões de Sol Nascente/Pôr do Sol, Areal, Riacho Fundo 2, Taguatinga e Ceilândia.
Em menos de uma hora, três mortes foram registradas no Sol Nascente e no Areal. A primeira vítima foi morta no Pôr do Sol, por volta das 22h. O homem, 41 anos, foi encontrado em casa, na quadra 602, com diversas marcas de tiros pelo corpo. Aproximadamente no mesmo horário, um jovem, 19 anos, foi morto a tiros na QS 11 do Areal. Ele estava na rua, em frente a um bar na QS 11, quando dois homens estacionaram um carro prata e atiraram. A terceira vítima foi um mecânico, 43 anos, que morreu, às 22h40, quando chegava em casa de moto. Ele foi atingido por vários disparos de arma de fogo, também no Pôr do Sol.
Por volta das 5h de sábado (16/10), uma estudante de direito, 24 anos, foi assassinada no Riacho Fundo 2. O corpo de Milena Cristina Gonçalves foi encontrado no início da tarde. O pai da jovem, Vanderlan Souza Conrado, 47 anos, tem poucas informações sobre o que aconteceu. "A perícia falou que ela morreu por volta das 5h da manhã. Ela estava seminua e tinha um ferimento na cabeça", contou.
Um homem foi preso, na manhã deste sábado (16/10), suspeito de matar o companheiro em um motel no Pistão Sul, em Taguatinga. O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) foi acionado para atender a ocorrência por volta das 11h50. A vítima tinha supostos sinais de asfixia, que pode ter sido causado por um mata-leão.
Feminicídio
Em Ceilândia, mais uma mulher foi vítima de feminicídio na madrugada deste domingo (17/10). Olívia Makoski, 47 anos, foi morta pelo marido, Francisco de Assis Guembitzchi, 55 anos, que não aceitava a separação do casal. Uma das hipóteses investigadas pela polícia é que ele se matou logo depois de cometer o crime, na residência do casal, no Pôr do Sol. O casal era proprietário do restaurante Querência do Sul.
O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) II. A delegada-chefe da unidade, Adriana Romana, explica que foi encontrado um revólver 38 no local e duas facas. “Possivelmente (as facas) foram usadas no crime. Mas só teremos a confirmação com o laudo pericial e também do IML (Instituto Médico Legal)”, pondera.
“Estudamos a possibilidade de suicídio (de Francisco, após matar a esposa), mas não descartamos outra hipótese. O casal estava junto há 31 anos e em processo de separação há dois meses. Mas ele vinha relutando, não queria aceitar a separação”, destaca Adriana.
Segundo apurado pela polícia, há relatos de violência verbal praticada por Francisco contra Olívia. “Dentro do cenário que encontramos e do relato dos familiares que a gente ouviu, o caso é de feminicídio, motivado por essa separação. Mas as investigações continuam”, afirma a delegada.