Juliana de Pina Araújo, 37 anos, foi condenada a 20 anos de prisão, em regime inicial fechado, por matar o filho por intoxicação de remédios. O julgamento da ex-médica do Samu ocorreu nesta quinta-feira (14/10), e o resultado foi divulgado nesta sexta (15/10). O crime ocorreu em 27 de junho de 2018, na Asa Sul.
Na sentença lida pelo juiz Frederico Ernesto Cardoso, o Tribunal do Júri de Brasília considerou que a culpabilidade de Juliana era extensa. "Vítima era filho da acusada, com relação de proximidade, e, nessa condição, deveria esperar todos os cuidados necessários para que percorresse o caminho da vida de forma feliz e saudável. Tal circunstância deve ter peso maior sobre as outras."
Além disso, segundo a sentença, o júri acatou a denúncia do denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que considerou que o crime foi praticado com meio cruel. "No dia dos fatos, a acusada ministrou à vítima medicação indevida, haja vista que não era prescrita para criança, o que provocou um quadro de intoxicação. Além disso, a acusada utilizou um instrumento perfurocortante para fazer cortes na região inguinal da criança ainda viva, o que causou lesões na artéria femoral direita. A insuficiência respiratória decorrente de edema pulmonar pela intoxicação causou a morte da criança. O delito foi praticado com meio cruel", diz o texto condenatório.
Assim, conforme decisão soberana do júri popular, o juiz presidente condenou a acusada pela prática de homicídio qualificado pelo uso de meio cruel e cometido contra menor de 14 anos e fixou a pena em 20 anos de reclusão.
O crime
O crime ocorreu no interior do apartamento, onde Juliana morava com o filho João Lucas, 3 anos. A acusada estava em tratamento de depressão e deu ao filho remédios não indicados para crianças. Na sequência, ela perfurou a artéria femoral dele no intuito de acelerar o óbito, o que de fato aconteceu.
Na época, pouco antes das 17h do dia 27, a médica desceu do apartamento em que morava, na Quadra 210 Sul, suja de sangue, dizendo que o filho estava morto e que se mataria. O porteiro do prédio a impediu de correr em direção à rua.
Ao mesmo tempo, um vizinho da família atendeu aos pedidos de socorro da avó do menino, que estava desacordado. O porteiro e o vizinho colocaram a médica, a avó e a criança no carro e os levaram ao hospital. A criança morreu na unidade de saúde.