Um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) é investigado por agredir uma empresária, de 43 anos, na quarta-feira, no Riacho Fundo 1. Osiel Alves da Silva, 41 anos, do 17º Batalhão de Águas Claras, foi ao escritório da vítima para cobrar uma dívida estimada em R$ 40 mil. Após dizer que não tinha o valor integral à vista, os dois discutiram, e o homem a agrediu, enforcou, apontou uma arma para a mulher e levou pertences do escritório para cobrir a dívida. Após a repercussão do caso, a PMDF decidiu afastar o sargento das atividades.
“A Polícia Militar do Distrito Federal abrirá o devido processo para apurar a conduta do policial e, até que os fatos sejam elucidados, medidas cautelares serão adotadas, e o policial será afastado das atividades de policiamento”, disse a corporação em nota. O Correio procurou o policial militar, mas a esposa dele afirmou que o casal prefere não comentar o caso.
As agressões foram registradas pelas câmeras do circuito interno de segurança instaladas no escritório. No vídeo, é possível ver a empresária expulsando o homem enquanto ele pegava objetos da sala. A mulher o puxa pela blusa e o empurra para fora. Osias solta a mão dela da camiseta e a derruba no chão. Em seguida, ele a levanta pelo pescoço e tenta imobilizá-la, colocando os braços dela para trás e o joelho nas costas da vítima. Ele só para de agredir a mulher quando ela pega uma faca. Em seguida, ele saca a arma, pega alguns itens de valor e vai embora.
Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o policial afirmou que a esposa dele havia comprado uma quantia de dólares com a empresária, restando uma parte do valor a ser pago. Quando ele foi cobrá-la, na quarta, a mulher teria “desdenhado” dele e afirmado que não pagaria, pedindo que ele se retirasse da loja, e o agrediu com empurrões.
Na delegacia, a empresária confirmou a dívida com o militar, mas disse que o expulsou depois que o homem passou a ofendê-la e se recusou a sair. Ao Correio, a advogada da vítima, Anna Carolina Barros Regatieri, disse que a empresária havia vendido cerca de R$ 40 mil em dólares para a esposa de Osias, e que faltava apenas uma parte da quantia a ser paga. “Como todo mundo nessa pandemia, ela acabou devendo esse valor. Mas minha cliente estava buscando meio para quitar isso, ela não tinha interesse nenhum em não pagar a dívida”, ressaltou.
Investigação
Poucos minutos depois das agressões, Osias se apresentou à 21ª Delegacia de Polícia (DP), de Taguatinga Sul, com o dinheiro e os pertences que havia pegado na sala da empresária. O caso foi para a 29ª DP, no Riacho Fundo 1, que apura o ocorrido. De acordo com o delegado-chefe da unidade, Lúcio Valente, ele não foi preso, e a delegacia deve concluir as investigações na próxima semana. Segundo o delegado, os valores devolvidos pelo policial não são quantias significativas. “Tinha muita coisa, mas as quantias em dinheiro eram baixas, cerca de U$ 40 e poucas notas de euro”, disse.