O viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) será debatido em uma audiência pública na Câmara dos Deputados na manhã desta sexta-feira (15/10). A discussão será na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), às 9h30, com transmissão no canal do YouTube da Casa.
A audiência foi requerida pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Segundo a parlamentar, o objetivo do encontro é ampliar o debate acerca da obra com a comunidade. "Recebemos denúncias sobre os impactos urbanísticos, ambientais, sociais e econômicos da obra viária, que já foi iniciada. Não podemos esquecer que Brasília é Patrimônio Cultural da Humanidade e precisamos zelar por suas escalas residencial, gregária e bucólica, pelo projeto urbanístico de Lúcio Costa”, ponderou a deputada.
Farão parte da audiência representantes da Associação de Defesa e Preservação do Sudoeste, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/DF) e especialistas em urbanismo, além do secretário de Obras e Infraestrutura do DF (SODF), Luciano Carvalho de Oliveira, e do promotor de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Dênio Augusto de Oliveira Moura.
Relembre
O viaduto da Epig começou a ser construído em 21 de junho, mas o empreendimento está contemplado no Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do Distrito Federal (PDTU) desde 2009. A obra faz parte do projeto Eixo Oeste do DF, que vai interligar, em via de 32km, Sol Nascente/Pôr do Sol, Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires, Guará, Sudoeste e Asa Sul. De acordo com o GDF, circulam cerca de 50 mil veículos por dia na região de construção do viaduto.
Desde que começou a ser construído, o viaduto tem sido alvo de discussões. Moradores do Sudoeste, principal área afetada pela obra, discordam do empreendimento e alegam que haverá perda de áreas verdes, além do aumento da circulação de veículos na entrada do bairro e no Parque da Cidade. Especialistas em mobilidade também refutam o viaduto, sob argumentos de que cidades sustentáveis devem privilegiar transportes coletivos, não individuais — obras viárias induzem à demanda por mais veículos.