O catador de recicláveis Antônio Carlos Pires de Lima, 33 anos, foi assassinado a tesouradas enquanto dormia, numa casa na QR 405, em Samambaia. De acordo a Polícia Civil do DF, na sequência, ele teve o corpo esquartejado. O crime ocorreu em 1º de outubro e o suspeito, que nega, foi preso sexta-feira.
O acusado de ter cometido o crime — cujo nome não foi divulgado — também é catador de recicláveis e morava com a vítima. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. “Ele utilizou-se de meio cruel e que impossibilitou a defesa da vítima, que estava dormindo. O crime foi cometido a golpes de tesoura", destacou o delegado-adjunto da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte), Rodrigo Carbone, coordenador da Operação Macabro, que levou à prisão do suspeito.
Segundo as investigações, o criminoso matou Antônio Carlos na própria casa em que viviam, cortou a vítima em pedaços e levou os restos a um terreno baldio. Ali, queimou o corpo. Depois, de acordo com o delegado, ele praticou “ritual macabro” na calçada em frente à casa em que viviam. Misturou o sangue da vítima com seu próprio sangue e o bebeu em um crânio sintético que costumava carregar dentro de uma tigela. “Durante todo o tempo, o suspeito vestia uma capa preta e vermelha, como pudemos observar nas imagens captadas pelas câmeras das redondezas”, explica.
Denúncias anônimas levaram a polícia até o local do crime. Lá, a perícia encontrou pedaços carbonizados do fêmur e da coluna cervical da vítima. Após as diligências, os policiais localizaram a casa onde os dois moravam. “Havia muito sangue na sala da casa. Entramos e vimos logo elementos que indicavam que ali havia algum tipo de culto”, diz o delegado.
As imagens podem ser conferidas nas fotos tiradas pela perícia. Mostram um ambiente assustador, com citações ao número 666 e a demônios nas paredes, por exemplo.
Ficha extensa
Segundo o delegado, o suspeito tem uma ficha policial extensa que inclui roubos, furtos, lesões corporais, desacato, resistência à prisão, descumprimento de Saidão e até uma Lei Maria da Penha, resultado de agressões cometidas contra a própria mãe, que o expulsou de casa em Samambaia. Agora ele aguarda a audiência de custódia.