Ana Beatriz Franco Mader partiu neste sábado (30/10), aos 63 anos, após uma corajosa batalha contra o câncer. Como Beatriz Viterbo, personagem de Aleph, seu conto predileto de Jorge Luis Borges, "morreu depois duma imperiosa agonia que não cedeu um só instante nem ao sentimentalismo nem ao medo".
Formada em letras, era aficionada por literatura. No início dos anos 1980, ainda estudante, abordou Carlos Drummond de Andrade em uma esquina de Ipanema e pediu que autografasse um pedaço de papel. "À moça de olhos enigmáticos, com carinho, C.D.A.", escreveu o poeta. Bia, como era chamada pela família e pelos amigos, era mesmo cheia de mistérios. Abria-se, contudo, de maneira franca e generosa aos poucos que eram capazes de decifrá-la.
Nascida em Barretos, no interior de São Paulo, em 1958, ela gostava de voltar ao "chão preto" de onde saiu ainda na infância. Bia era reputada por seu bom gosto musical e tinha o hábito de surpreender pessoas próximas com as canções que garimpava — mandava por mensagem versões e gravações pouco conhecidas de Stevie Wonder, Marvin Gaye, Beatles, Ella Fitzgerald, Nina Simone ou Jorge Ben Jor.
Morreu pouco depois das 10h, abraçada às duas filhas, Helena e Luiza, ao som de Coisas do mundo, do Paulinho da Viola. Deixa a mãe, Anna Luiza, e três irmãos, Hugo, Rogério e Ana Isabel. Era orgulhosa de sua maior realização, a mais prazerosa delas: ser avó do Miguel e do Antônio. Seu corpo será velado a partir das 10h30 deste domingo (31/10), no crematório Jardim Metropolitano, em Valparaíso (GO).
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