Gastronomia

Explosão de sabores

A comida indiana faz sucesso entre os brasilienses. Dono do restaurante Indian House, na 109 Norte, expande negócio e abre casa na 313 Sul, com 60 lugares distribuídos em três ambientes, com um cardápio diverso e exótico

Liana Sabo
postado em 22/10/2021 23:09
 (crédito: Liana Sabo/CB/D.A Press)
(crédito: Liana Sabo/CB/D.A Press)

Desenvolvida em uma cultura de mais de cinco mil anos, a culinária indiana é repleta de aromas, sabores e cores, daí ser chamada “comida de temperos”. Quem afirma é o indiano Deepak Raykwar (foto), de 29 anos, que largou um curso de cinema nos Estados Unidos para ser empresário em Brasília, primeiro vendendo roupas confeccionadas na Índia, depois vendendo comida, tal qual é feita em Nova Delhi, onde nasceu. Aberto em 2017 no bloco A da 109 Norte, o Indian House deu tão certo, que menos de quatro anos depois, Deepak se lançava em nova empreitada, desta vez na Asa Sul.

Mais amplo e confortável que o primeiro, o segundo estabelecimento de mesmo nome é uma espécie de consulado gastronômico da Índia em Brasília. Foi inaugurado em maio, pelo próprio embaixador Sureh Reddy, que chegara poucos meses antes ao Brasil. Decorado com simplicidade, o restaurante ocupa uma única loja a do Bloco B da 313 Sul, com 60 lugares distribuídos em três ambientes. Nas paredes, fotos de ingredientes e pratos indianos e do Taj Mahal, uma das sete maravilhas do mundo moderno e orgulho da Índia, construído por um imperador, como memorial para a esposa falecida, Mumtaz Mahal.

Apesar de muito procurado por diplomatas, não só indianos, mas de outros países que apreciam o sabor picante da culinária, “69% dos clientes são brasileiros”, observa o proprietário adaptado na capital. Nem sempre foi assim, Deepak enfrentou dificuldades “depois que o dinheiro acabou”. Ele lembra que veio com uma namorada brasiliense que conheceu nos Estados Unidos, onde foi apreender técnicas de cinema, graças a uma bolsa de estudos conquistada quando estava na Índia. A solução foi vender roupas nas feiras até obter recursos para abrir o restaurante, incentivado pela família indiana, conhecedora dos segredos culinários, como o do preparo de samosa, primeira sugestão do Indian House no cardápio comum às duas casas.

Temperos e rosas

Semelhante a um pastel, samosa é uma especialidade de origem indiana, feita de massa de farinha de trigo frita e com um recheio condimentado de feijão, batata, ervas aromáticas, vegetais ou até frango. Na opção vegetariana, duas unidades saem por R$ 10 e quatro, R$ 18. Recheado de frango sai por R$ 13, duas unidades, e R$ 20, quatro. De tão universal, a receita se espalhou pelo mundo, como em Portugal, vinda de Goa por intermédio da culinária indo-portuguesa, que a denominou chamuça. Lá, porém, a iguaria é recheada de carne bovina ou suína — dois ingredientes ausentes da gastronomia da Índia por razões religiosas.

A cada dois anos, Deepak troca o chefe de cozinha de seu restaurante, que é o prazo que estrangeiro pode ficar no Brasil, a não ser que se candidate a um trabalho permanente, que exige outras providências. “Muitos voltam, mas alguns ficam, abrem restaurante e concorrem comigo”, comenta o empresário, que gosta de usar adereços, como dois anéis de ouro, além de pulseira e corrente no pescoço.

No cardápio, há pratos muito deliciosos como o camarão korma, que vem no molho de iogurte, creme e castanha servido com arroz e o pão indiano (naan) feito no tandoor e salpicado de alho, daí chamar-se garlic naan (R$ 59). Outra pedida é butter chicken, frango assado, refogado em molho de tomate com castanha de caju, creme de leite, manteiga temperada e especiarias. Do mar, há algumas sugestões como o filé de peixe cozido em molho de cebola, tomate, tamarindo e leite de coco. A principal proteína animal, porém, vem do cordeiro — uma carne muito apreciada pelos indianos que a preparam com bastante temperos, dos quais o mais comum é o garam masala.

Composição

Garam significa quente e masala, mistura de especiarias. Sua composição pode variar conforme a região, mas, em geral, leva pimenta-preta, pimenta-branca, louro, cominho, canela, cardamomo, noz-moscada e sementes de coentro. O ideal é que entre do meio ao final do cozimento, como no Mutton Rogan Juice, prato de pernil de cordeiro ao molho de cebola e garam masala (R$ 45). De sobremesa a sugestão é Gulab Jamun, que são bolinhos fritos semelhantes aos de chuva, airados feitos de semolina e leite em pó, mergulhados em calda de rosas. Uma delícia!

Funcionam todos os dias na 109 Norte, Bloco A, telefone: 3256-7204 e 313 Sul, Bloco B, telefone: 99811-1108.

 

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  • Samosa, bolinho semelhante a um pastel frito e recheado; e o pão naan, que acompanha todas as preparações de camarão, frango e cordeiro
    Samosa, bolinho semelhante a um pastel frito e recheado; e o pão naan, que acompanha todas as preparações de camarão, frango e cordeiro Foto: Liana Sabo/CB/D.A Press
  • 22/10/2021-Cr..dito:Liana Sabo/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia..Descri....o:Favas contadas- Comida Indiana do restaurante Indian House -dono do restaurante Deepak Raykwar
    22/10/2021-Cr..dito:Liana Sabo/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia..Descri....o:Favas contadas- Comida Indiana do restaurante Indian House -dono do restaurante Deepak Raykwar Foto: Liana Sabo/CB/D.A Press

Notas

 (crédito: Denise Rohnelt/ Divulgação)
crédito: Denise Rohnelt/ Divulgação

Muito mais que pizza
Pizza ao estilo napolitano com massa fresca e artesanal credenciou Gil Guimarães a ser o único chef brasiliense que participou da Feira Internacional da Gastronomia Amazônica (Figa), promovida pela Abrasel-AM, que termina hoje em Manaus. Não só comida, mas também serviço, mercado, produção e agricultura sustentável foram temas do evento, no qual o representante do DF falou de sua experiência na construção de restaurantes apoiados nos insumos dos pequenos produtores do cerrado. “Você pode achar que tem um ótimo negócio, mas se a conta não fecha é um péssimo negócio”, declarou Gil, convidado pela curadora da feira, Denise Rohnelt.

 

Borbulhas premiadas
Uma boa indicação para adquirir os espumantes que vão rechear a sua adega no fim do ano é o resultado do 12º Concurso do Espumante Brasileiro, realizado em Garibaldi (RS), que premiou 134 rótulos entre 424 amostras inscritas por 93 vinícolas. Desse universo, oito receberam Grande Medalha de Ouro por terem alcançado mais de 92 pontos e seis receberam ainda Destaque Sabre de Ouro, como se chamou a distinção especial na qual a Vinícola Salton foi contemplada duas vezes: pelo branco brut e pelo rosé, ambos feitos pelo método charmat. Na mesma honrosa condição ficaram o Premium Brut Rosé Tradicional da Casa Valduga; o branco tradicional Cave de Pedra Brut D.O. Vale dos Vinhedos; o Moscatel Casacorba, feito em Nova Roma e o Nature Don Guerino Blanc de Blanc, de Alto Feliz, todos produzidos no Rio Grande do Sul. Consulte os premiados no https://enologia.org.br/concurso-do-espumante-brasileiro.

 

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