Solidariedade

Família pede ajuda para filho que depende de tratamento com oxigênio

Armando tem 15 anos e precisa da oxigenoterapia devido a um problema nos pulmões. Contudo, cada bala custa em média R$ 300 e família passa por dificuldades

Edis Henrique Peres
postado em 22/10/2021 13:35 / atualizado em 22/10/2021 17:53
Armando mora na área rural e família tem dificuldades, inclusive, para procurar auxílio médico -  (crédito: Reprodução/Arquivo Pessoal)
Armando mora na área rural e família tem dificuldades, inclusive, para procurar auxílio médico - (crédito: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Uma família da área rural de São Sebastião, no assentamento Tiradentes, pede ajuda para dar prosseguimento ao tratamento do filho, 15 anos, que precisa de oxigenoterapia. Armando Filinto da Silva é diagnosticado com retardo mental grave, está acamado e se alimenta por sonda. A mãe dele, Bruna Filinto, 35 anos, conta que a situação é desesperadora. “Sem o oxigênio, a saturação dele fica muito baixa, chega até a 75%. A médica que o atende já explicou que ele precisa manter a saturação em 92%. No momento, estamos usando o oxigênio que conseguimos através de campanhas de amigos, que estão fazendo doações”, conta Bruna.

Desde que nasceu, Armando passa por dificuldades motoras, devido ao problema neurológico, mas a situação do adolescente piorou há cerca de sete meses, quando passou por uma cirurgia para se alimentar. “Ele ficou entubado uns 15 dias. A nossa vida desde então está atordoada. O pulmão dele trabalha mais lento, a alimentação dele é feita com um leite especial, que o governo entrega, mas preciso comprar água mineral para fazer o alimento dele”, conta Bruna.

Atualmente, Armando toma diversas medicações, que são fornecidas pelo posto ou pela farmácia de alto custo. No entanto, a única renda da família é o Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago ao adolescente. “Eu sou faxineira, sempre que dá pego algum serviço, mas é difícil, porque ele precisa de cuidados o dia inteiro. Ele se estressa e tenta retirar a sonda, puxa o oxigênio, ele fica agoniado com os aparelhos e a gente precisa acalmá-lo. É necessário cuidados o tempo todo”, destaca.

Atualmente, segundo a mãe, cada cilindro custa R$ 300. “Eles duram, em média, dois dias e meio. A duração varia porque se ele estiver com a saturação muito baixa, com febre ou mal estar, precisamos aumentar o nível de oxigênio, o que faz com que ele acabe mais rápido”, explica.

A família não conseguiu a renovação do benefício do auxílio emergencial. “Recebi o auxílio por três meses e cortou. Meu marido também está desempregado, mas me ajuda muito aqui em casa. Onde moramos fica a uns 4km da cidade, então se ele (Armando) passa mal, preciso do meu marido para levá-lo ao hospital”, revela Bruna.

Atualmente, a dificuldade de comprar oxigênio dificulta inclusive a ida de Armando a consultas de acompanhamento no Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB). “Esta semana, ele perdeu a consulta porque não consegui comprar a bala de oxigênio emergencial, que é menor, e possibilita que a gente se locomova com ele. Como agora só temos a bala de oxigênio grande, é impossível levá-lo ao hospital”, pontua.

Demora

Para tentar ajudar a família, a advogada especialista em direito de saúde, Janaína César Doles, entrou com um pedido para que o Distrito Federal fornecesse a oxigenoterapia a Armando. “Conseguimos o deferimento de uma liminar, mas o GDF não se manifestou se ia atender ou não a decisão. Por isso, deferimos outro processo, pedindo o sequestro da verba pública, para que o valor do tratamento de três meses do Armando fosse bloqueado para o governo”, detalha a advogada.

O juiz aprovou a medida, mas Janaína destaca que essa é apenas uma questão paliativa. “Eles moram em um assentamento, com uma instabilidade de energia enorme. Ou seja, não podemos colocar um concentrador de oxigênio no local e isso atrapalha o tratamento do Armando. Por isso, entrei com pedido para que a família seja inserida em um programa habitacional. O problema é que, além de todas essas dificuldades, há uma vulnerabilidade social muito grande”, esclarece.

O primeiro pedido protocolado pela advogada data de 25 de setembro. “A justiça libera que façamos o pedido de tratamento de três em três meses, ou seja, quando esse prazo vencer, precisamos fazer um novo orçamento para entrar na justiça. Isso acontece porque o DF não está com o tratamento de oxigenoterapia em funcionamento no DF”, conta Janaína.

A expectativa da família é que o valor para o tratamento seja depositado pelo governo até a próxima semana, mas eles temem pela demora do pagamento. Além disso, Armando não é o único prejudicado pela falta de oxigenoterapia na capital do país. “O nosso processo pede que o GDF regularize o fornecimento do tratamento com oxigênio porque, assim como Armando, muitos outros estão sem tratamento adequado e precisam da disponibilidade do oxigênio para se manterem vivos”, pontua Janaína.

O outro lado:

Em nota enviada ao Correio, a Secretaria de Saúde garantiu que estão em andamento “processos regular e emergencial para o fornecimento do serviço de oxigenoterapia aos pacientes da rede pública do DF”.

“A pasta esclarece que pacientes que já estavam inseridos no Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) continuam sendo atendidos sem interrupção. Pacientes novos estão aguardando em fila de espera e, assim que os trâmites da licitação forem concluídos, todos serão atendidos”, destaca.

Sobre o caso do Armando, a pasta informa que o processo está em andamento e destaca que a medida “beneficiará o paciente não apenas por três meses, mas também com o fornecimento de equipamentos e recargas. O processo já está em fase de pesquisa de preços para locação deste paciente”.

Como ajudar

A família depende de doação de alimentos, fraldas e dinheiro para a compra do oxigênio de Armando. Confira como ajudar:
PIX: 034.762.541-00
Contato: 61 99148-5871, Bruna, mãe de Armando

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