Em clima de luto, familiares da jovem Milena Gonçalves, 24 anos, pediram para que aquele momento fosse mentira. Meiga, cheia de sonhos, ótima filha e amiga — como afirmam os conhecidos de Milena — ela foi enterrada na tarde desta terça-feira (19/10), no cemitério Campo da Esperança de Taguatinga, às 15h30. Cerca de 40 pessoas compareceram ao local para dar o último adeus.
A menina era estudante de direito e foi encontrada morta no sábado (16/10), no apartamento que morava no Riacho Fundo. “Acorda filha, todo mundo que te ama está aqui. Não acredito que você foi mais uma vítima, mais uma mulher morta sem motivo. Tem que ter justiça, até quando vamos morrer assim. Acorda minha princesa, por favor”, disse Wesliana Gonçalves, mãe da vítima, aos gritos e abraçada ao corpo da filha.
No momento de sepultar a vítima, a irmã mais nova também teve dificuldade em dizer adeus e pediu mais um minuto aos funcionários do cemitério para que pudesse se despedir. O grupo se reuniu para realizar uma oração antes que o caixão fosse coberto pela terra. Wesliana pediu ainda uma salva de palmas para a filha.
Em silêncio e dando força para a família, a tia de Milena, Elaine de Almeida, declarou que a menina vai estar viva para sempre na memória daqueles que a amam. “A gente fica até sem palavras. Ela era uma jovem doce e meiga, eu a vi nascer e crescer. Eu quero justiça, porque ela era o nosso maior tesouro e orgulho, e um homem desconhecido vem e tira isso de todo. Ela ficará para sempre na minha vida”, disse a tia de Milena.
O caso
Inicialmente, o caso foi recebido pela 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), que é a central de flagrantes do DF. No entanto, ele será investigado pela 29ª DP, responsável pelo Riacho Fundo. De acordo com a ocorrência, o suspeito relatou em depoimento que ele e os amigos beberam e usaram entorpecentes, entre eles, cocaína. Ele falou ainda que ele e a vítima se conheceram na sexta-feira, dia anterior ao crime.
Quando confraternização chegou ao fim, ele deixou os amigos em Samambaia e voltou para a casa de Milena. No relato dado à polícia, o homem diz que tiveram um 'sexo violento', mas não se recorda, por estar sob o uso de substância entorpecente. Quando amanheceu, acordou abraçado à vítima e tentou acordá-la. Ao descobrir que ela estava morta, ele decidiu chamar a Polícia Militar do DF (PMDF).
O delegado de plantão autuou o homem por homicídio culposo (sem intenção de matar) e arbitrou uma fiança de R$ 5 mil, que não foi paga. O acusado segue preso, pois a Justiça do Distrito Federal converteu, em preventiva, a prisão em flagrante do homem, na segunda-feira (18/10).
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