Mais uma mulher foi vítima de feminicídio na madrugada deste domingo (17/10) no Distrito Federal. Olívia Makoski, 47 anos, foi morta pelo marido, Francisco de Assis Guembitzchi, de 55 anos, que não aceitava a separação do casal. Uma das hipóteses investigadas pela polícia é que ele se matou logo depois de cometer o crime, na residência do casal, no Pôr do Sol. O casal era proprietário do restaurante Querência do Sul.
O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) II. A delegada-chefe da unidade, Adriana Romana, explica que foi encontrado um revólver 38 no local e duas facas. “Possivelmente (as facas) foram usadas no crime. Mas só teremos a confirmação com o laudo pericial e também do IML (Instituto Médico Legal)”, pondera.
“Estudamos a possibilidade de suícidio (de Francisco, após matar a esposa), mas não descartamos outra hipótese. O casal estava juntos há 31 anos e em processo de separação há dois meses. Mas ele vinha relutando, não queria aceitar a separação”, destaca Adriana.
Segundo apurado pela polícia, há relatos de violência verbal praticada por Francisco contra Olívia. “Dentro do cenário que encontramos e do relato dos familiares que a gente ouviu, o caso é de feminicídio, motivado por essa separação. Mas as investigações continuam”, afirma a delegada.
Vidas interrompidas
O boletim mais recente divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do DF traz as estatísticas de feminicídio de janeiro a setembro e contabiliza 19 mulheres assassinadas pela condição de gênero. É mais do que todos os casos ocorridos durante o ano de 2020 inteiro, quando 18 mulheres tiveram as vidas roubadas por companheiros e ex-companheiros.
O caso da diretora de Políticas para as Mulheres e Combate ao Racismo do Sindicato de Serviços Terceirizáveis (Sindiserviços-DF), Cilma da Cruz Galvão, de 51 anos, assassinada a golpes de faca pelo companheiro em 3 de outubro, ainda não foi incluído do boletim da Segurança Pública.
Em junho, o Correio divulgou, em primeira mão, um levantamento dos feminicídios ocorridos no Distrito Federal, realizado pelo promotor de Justiça do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Thiago Pieberom e outros pesquisadores. A pesquisa revelou que 88,2% dos feminicídios têm histórico de ciúme excessivo, controle ou perseguição por parte dos acusados. E que em 61,8% dos casos, a vítima havia rompido o relacionamento ou tentado se separar do feminicida.
Onde pedir ajuda?
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência — Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Telefone: 180 (disque-denúncia)
Centro de Atendimento à Mulher (Ceam)
De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul
(61) 3207-6172
Disque 100 — Ministério dos Direitos Humanos
Telefone: 100
Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350
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