Feminicídio

Feminicídio: marido mata mulher em Ceilândia e depois tira a própria vida

Caso é investigado pela DEAM II. Os corpos foram encontrados na residência do casal, na madrugada deste domingo. Eles eram donos do restaurante Querência do Sul

Adriana Bernardes
Edis Henrique Peres
postado em 17/10/2021 12:11 / atualizado em 17/10/2021 14:34
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Mais uma mulher foi vítima de feminicídio na madrugada deste domingo (17/10) no Distrito Federal. Olívia Makoski, 47 anos, foi morta pelo marido, Francisco de Assis Guembitzchi, de 55 anos, que não aceitava a separação do casal. Uma das hipóteses investigadas pela polícia é que ele se matou logo depois de cometer o crime, na residência do casal, no Pôr do Sol. O casal era proprietário do restaurante Querência do Sul.

O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) II. A delegada-chefe da unidade, Adriana Romana, explica que foi encontrado um revólver 38 no local e duas facas. “Possivelmente (as facas) foram usadas no crime. Mas só teremos a confirmação com o laudo pericial e também do IML (Instituto Médico Legal)”, pondera.

“Estudamos a possibilidade de suícidio (de Francisco, após matar a esposa), mas não descartamos outra hipótese. O casal estava juntos há 31 anos e em processo de separação há dois meses. Mas ele vinha relutando, não queria aceitar a separação”, destaca Adriana.

Segundo apurado pela polícia, há relatos de violência verbal praticada por Francisco contra Olívia. “Dentro do cenário que encontramos e do relato dos familiares que a gente ouviu, o caso é de feminicídio, motivado por essa separação. Mas as investigações continuam”, afirma a delegada.

Vidas interrompidas

O boletim mais recente divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do DF traz as estatísticas de feminicídio de janeiro a setembro e contabiliza 19 mulheres assassinadas pela condição de gênero. É mais do que todos os casos ocorridos durante o ano de 2020 inteiro, quando 18 mulheres tiveram as vidas roubadas por companheiros e ex-companheiros.

O caso da diretora de Políticas para as Mulheres e Combate ao Racismo do Sindicato de Serviços Terceirizáveis (Sindiserviços-DF), Cilma da Cruz Galvão, de 51 anos, assassinada a golpes de faca pelo companheiro em 3 de outubro, ainda não foi incluído do boletim da Segurança Pública.

Em junho, o Correio divulgou, em primeira mão, um levantamento dos feminicídios ocorridos no Distrito Federal, realizado pelo promotor de Justiça do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Thiago Pieberom e outros pesquisadores. A pesquisa revelou que 88,2% dos feminicídios têm histórico de ciúme excessivo, controle ou perseguição por parte dos acusados. E que em 61,8% dos casos, a vítima havia rompido o relacionamento ou tentado se separar do feminicida.


Onde pedir ajuda?

Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência — Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Telefone: 180 (disque-denúncia)

Centro de Atendimento à Mulher (Ceam)
De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina

Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul
(61) 3207-6172

Disque 100 — Ministério dos Direitos Humanos
Telefone: 100
Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350

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    Olívia foi morta na madrugada deste domingo. O marido não aceitava a separação do casal Foto: Reprodução/Redes sociais
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