O Instituto Médico Legal (IML) de Goiás divulgou, ontem, um laudo preliminar referente ao caso da jovem de 25 anos que denuncia ter sofrido um estupro coletivo em Águas Lindas (GO). O resultado do documento foi inconclusivo. A Polícia Civil do estado (PCGO) investiga a denúncia, que ocorreu no sábado passado. Cinco homens são suspeitos de cometer o crime; três estão presos.
Inicialmente, os exames do IML não constataram vestígios ou marcas de violência no corpo da vítima. Contudo, a delegada Tamires Teixeira, responsável pelas investigações, destacou que o documento não necessariamente comprova a inexistência da violência sexual. “O laudo é uma informação importante que pode conduzir a investigação em uma ou outra direção. Mas resultado inconclusivo não significa que o estupro não aconteceu, porque sabemos que, em se tratando de uma mulher adulta, os atos sexuais podem não deixar vestígios”, ressaltou a delegada, que coordena a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da PCGO. Além disso, a investigadora afirmou que trabalhará com todas as provas. “Independentemente do resultado (do laudo), vamos trabalhar com o documento junto a outros elementos que temos”, reforçou a delegada.
Tamires alegou que novos suspeitos estão perto de serem identificados. “Há elementos novos na acusação. Na verdade, a jovem manteve a primeira versão, mas dessa vez aprofundamos o assunto. A acusação de estupro coletivo praticado por cinco homens segue em curso. Durante a semana, foram apresentadas à polícia imagens, depoimentos de testemunhas e vídeos que farão parte do inquérito, e ele precisa ser finalizado em 10 dias”, explicou a delegada.
A partir disso, a polícia acredita estar próxima de identificar o quarto e o quinto suspeitos. “Ontem, conseguimos identificar o nome de mais um elemento, um possível autor, mas ainda não temos a identidade física dele. Além disso, temos elementos para achar a outra pessoa (o quinto), mas por enquanto não vamos divulgar nomes. Oficialmente, nenhum dos três suspeitos que estão presos deixaram de ser investigados”, falou Tamires.
Segundo depoimento
Moradora de Águas Lindas, a jovem terminou de prestar esclarecimentos por volta das 13h de ontem e saiu sem falar com a imprensa, e escoltada por dois agentes da Polícia Civil. O advogado de defesa dela saiu minutos antes e não quis se identificar e se pronunciar sobre o assunto.
Durante o segundo depoimento, a jovem afirmou que foram cinco homens que a violentaram, e não seis, conforme o depoimento inicial. “A vítima relatou que o primeiro homem entrou no quarto, praticou o ato e saiu. Depois outros dois entraram no quarto, praticaram sexo com ela e saíram. Em seguida outros dois entraram. Por último, o primeiro homem que abusou retornou ao quarto. Por isso, ela pensou que poderiam ser seis suspeitos”, explanou a responsável pela Deam.
Outro lado
O advogado de defesa do subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Irineu Marques Dias, 44 anos, compareceu à delegacia e declarou ao Correio que o cliente é inocente. “Se há vítimas aqui, são as pessoas que estão presas injustamente”, contou Aldenio de Souza. Thiago de Castro Muniz, 36, e Daniel Marques Dias, 37, irmão do subtenente, permanecem detidos.
O advogado também falou que todas as defesas pediram, na quinta-feira, a revogação da prisão dos suspeitos. Por enquanto, a solicitação de liberdade provisória está em trâmite no Ministério Público do Estado de Goiás. Não há data prevista para o deferimento. Além de Aldenio, o advogado Paulo Cezar Carvalho esteve no local se apresentando como defesa do subtenente.
O Correio tentou contato com as defesas dos outros acusados, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.
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