O uso da tecnologia por meio de drones permitiu à Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluir as investigações sobre os incêndios registrados na Chapada dos Veadeiros em setembro. Nesta semana, a corporação concluiu as investigações de três dos cinco inquéritos referentes às ocorrências e indiciou quatro pessoas pelas queimadas consideradas criminosas. Uma parte do Parque Nacional da região ficou em chamas por mais de 10 dias, e o fogo consumiu cerca de 28 mil hectares — cerca de 39 mil campos de futebol.
"O êxito das investigações se deu, principalmente, por causa dos avanços tecnológicos. Assim, a polícia pôde, de pronto, comparecer ao local (dos incêndios) e identificar os autores", comentou a delegada de Alto Paraíso de Goiás, Bárbara Buttini. As investigações também contaram com apoio do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) e de brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Um dos focos do incêndio registrados à época teria começado devido à "conduta imprudente" de duas pessoas, segundo as investigações. Elas usavam materiais de construção e teriam provocado as chamas na altura do condomínio Vale Azul, no município goiano de Alto Paraíso. Uma testemunha que mora na região relatou que, por causa do fogo, teve prejuízo perto de R$ 150 mil.
Dois dos inquéritos concluídos apontam a ocorrência de crime doloso — intencional. Um deles ocorreu perto de uma estrada sem asfalto que leva ao distrito de São Jorge (GO); o outro ocorreu na Fazenda Cascata, em Alto Paraíso, e terminou com 14.183 hectares queimados (área equivalente a 19 mil campos de futebol). A área fica no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, segundo o ICMBio.
Os autores identificados foram indiciados pelos danos ambientais, além do crime de incêndio qualificado, previsto no Código Penal e com pena mínima de três anos de prisão. Após o indiciamento, os procedimentos serão encaminhados ao Ministério Público e, posteriormente, ao Poder Judiciário, para análise de possível responsabilização penal. Os outros dois inquéritos seguem sob investigação.
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