VIOLÊNCIA

PM é afastado após agressão

Sargento da Polícia Militar do DF discutiu com empresária, no Riacho Fundo 1, sobre uma dívida de R$ 40 mil

Renata Nagashima
postado em 14/10/2021 22:35
 (crédito: Material cedido ao Correio)
(crédito: Material cedido ao Correio)

Um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) é investigado por agredir uma empresária, de 43 anos, na quarta-feira, no Riacho Fundo 1. Osiel Alves da Silva, 41 anos, do 17º Batalhão de Águas Claras, foi ao escritório da vítima para cobrar uma dívida estimada em R$ 40 mil. Após dizer que não tinha o valor integral à vista, os dois discutiram, e o homem a agrediu, enforcou, apontou uma arma para a mulher e levou pertences do escritório para cobrir a dívida. Após a repercussão do caso, a PMDF decidiu afastar o sargento das atividades.

“A Polícia Militar do Distrito Federal abrirá o devido processo para apurar a conduta do policial e, até que os fatos sejam elucidados, medidas cautelares serão adotadas, e o policial será afastado das atividades de policiamento”, disse a corporação em nota. O Correio procurou o policial militar, mas a esposa dele afirmou que o casal prefere não comentar o caso.

As agressões foram registradas pelas câmeras do circuito interno de segurança instaladas no escritório. No vídeo, é possível ver a empresária expulsando o homem enquanto ele pegava objetos da sala. A mulher o puxa pela blusa e o empurra para fora. Osias solta a mão dela da camiseta e a derruba no chão. Em seguida, ele a levanta pelo pescoço e tenta imobilizá-la, colocando os braços dela para trás e o joelho nas costas da vítima. Ele só para de agredir a mulher quando ela pega uma faca. Em seguida, ele saca a arma, pega alguns itens de valor e vai embora.

Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o policial afirmou que a esposa dele havia comprado uma quantia de dólares com a empresária, restando uma parte do valor a ser pago. Quando ele foi cobrá-la, na quarta, a mulher teria “desdenhado” dele e afirmado que não pagaria, pedindo que ele se retirasse da loja, e o agrediu com empurrões.

Na delegacia, a empresária confirmou a dívida com o militar, mas disse que o expulsou depois que o homem passou a ofendê-la e se recusou a sair. Ao Correio, a advogada da vítima, Anna Carolina Barros Regatieri, disse que a empresária havia vendido cerca de R$ 40 mil em dólares para a esposa de Osias, e que faltava apenas uma parte da quantia a ser paga. “Como todo mundo nessa pandemia, ela acabou devendo esse valor. Mas minha cliente estava buscando meio para quitar isso, ela não tinha interesse nenhum em não pagar a dívida”, ressaltou.

Investigação

Poucos minutos depois das agressões, Osias se apresentou à 21ª Delegacia de Polícia (DP), de Taguatinga Sul, com o dinheiro e os pertences que havia pegado na sala da empresária. O caso foi para a 29ª DP, no Riacho Fundo 1, que apura o ocorrido. De acordo com o delegado-chefe da unidade, Lúcio Valente, ele não foi preso, e a delegacia deve concluir as investigações na próxima semana. Segundo o delegado, os valores devolvidos pelo policial não são quantias significativas. “Tinha muita coisa, mas as quantias em dinheiro eram baixas, cerca de U$ 40 e poucas notas de euro”, disse.

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Vítima de estupro coletivo será ouvida hoje

A jovem de 25 anos que denunciou seis pessoas por estupro coletivo, que teria ocorrido no último fim de semana, em Águas Lindas de Goiás, será ouvida novamente hoje. A irmã dela também é esperada na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) da cidade.

A Deam, que assumiu o caso anteriormente registrado na 17ª Delegacia de Polícia de Águas Lindas, espera esclarecer alguns pontos que ficaram conflitantes no primeiro depoimento da jovem. Três dos seis acusados foram identificados pela vítima e seguem presos em flagrante após passarem por audiência de custódia. A defesa da jovem espera conseguir reconhecer os outros três envolvidos no caso.

Ontem, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) realizou a audiência de custódia de Irineu Marques Dias, 44 anos, subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal afastado do cargo e dono da casa onde teria ocorrido o crime; Thiago de Castro Muniz, 36, e Daniel Marques Dias, 37, irmão do subtenente. A custódia foi realizada pelo juiz Felipe Barbosa, de Águas Lindas. Por ora, o magistrado definiu que todos continuam presos.

Defesa

Ainda ontem, a defesa dos irmãos entrou com pedido de liberdade provisória no TJGO. Agora, a Corte aguarda a manifestação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e, em seguida, o juiz responsável apreciará os pedidos e decidirá pela liberdade ou manutenção da prisão dos envolvidos. A defesa dos irmãos informou que “provavelmente amanhã (hoje) o juiz decidirá se mantém ou não a prisão”, diz o advogado de Irineu Marques Dias, que aguardará a decisão do Tribunal.

 

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