VIOLÊNCIA

Vídeo: homem bate em adolescente com chinelo e perde cargo comissionado

O caso aconteceu em 26 de setembro, no Guará 2. Família do menor agredido registrou boletim de ocorrência e pensa em se mudar de condomínio

Edis Henrique Peres
postado em 08/10/2021 16:07 / atualizado em 08/10/2021 16:07
As agressões aconteceram em 26 de setembro, após uma brincadeira de crianças -  (crédito: Material cedido ao Correio)
As agressões aconteceram em 26 de setembro, após uma brincadeira de crianças - (crédito: Material cedido ao Correio)

Um agente administrativo da Polícia Federal (PF) foi flagrado, pelo circuito de segurança de um condomínio no Guará 2, agredindo um adolescente de 13 anos de idade com um chinelo. Após o caso, o homem, identificado como Daniel Peruzzo Jardim, 44 anos, perdeu um cargo comissionado no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MSJP) e responde por lesão corporal, ameaça e difamação.

As agressões aconteceram em 26 de setembro, após uma brincadeira de crianças. Segundo relatos do advogado que representa a vítima, Júlio César Silva Pereira, algumas crianças brincavam no estacionamento do prédio e, em determinado momento, um dos meninos pegou uma sandália da amiga da filha do agressor. “Uma das crianças escondeu essa sandália e a filha do agressor subiu chorando e falou para o pai”, detalha Júlio.

Nesse momento, Daniel teria descido do apartamento e encontrado o par de chinelos próximo a um adolescente de 13 anos. “Ele pegou a sandália e começou a bater no menino, com apertões no braço. No laudo do IML (Instituto Médico Legal) foi constatado a lesão no nariz e no braço. O nariz sangrava muito”, afirma Júlio.

O irmão mais novo do adolescente, 7 anos, presenciou as agressões. “Ele pedia para o homem parar”, conta o advogado. Os dois meninos voltaram para o apartamento e ligaram para a mãe, que trabalha na área da saúde. A mãe, abalada com a situação, decidiu voltar para a casa, e contou com a ajuda de um amigo. “Esse amigo viu que ela estava muito nervosa, por isso preferiu acompanhá-la”.

Ao chegarem no condomínio, a família sofreu novas ameaças. “Eles se deparam com o agressor no salão de festa. Quando chegaram, o agressor partiu para cima do amigo que acompanhava a mãe do adolescente e perguntou se ele era o pai do garoto. Quando o homem negou, ele disse que tinha acabado de se livrar de uma taca”, conta Júlio.

A mãe do adolescente agredido decidiu acionar a Polícia Militar do DF (PMDF) e avisou ao agressor. Mas Daniel respondeu que batia na polícia e nela também. O caso foi registrado na 4ª Delegacia de Polícia, do Guará. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Juizado Especial Criminal do Guará. O caso está tipificado como ameaça, difamação e lesão corporal. “Agora estamos aguardando um posicionamento do MPDFT”, explica o advogado.

De acordo com Júlio, a família conseguiu uma medida protetiva para o menor de idade e a mãe. “Ele não pode se aproximar mais de 500 metros. Também entrei com uma representação na PF, contra o agente administrativo, e vou buscar uma indenização de danos morais e materiais”, destacou o advogado.

Segundo o relato da mãe do adolescente, o menino está choroso e precisa de acompanhamento psicológico. A família está abalada e pensa em se mudar de condomínio.

Comissionado

O Diário Oficial da União publicou, em 6 de outubro, a decisão de suspender o cargo de Daniel Peruzzo do Ministério da Justiça. O homem é lotado em Natal, no Rio Grande do Norte, mas foi cedido ao Distrito Federal. Ele não reside no condomínio da família, mas frequenta o local para visitar a ex-mulher e a filha.

O outro lado

A equipe de reportagem tentou contato com Daniel Peruzzo, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. A Polícia Federal também não se posicionou sobre o caso, nem o Ministério da Justiça e Segurança Pública, para confirmar se a perda do cargo de Daniel se refere às agressões praticadas por ele. O espaço segue aberto para posicionamento da defesa de Daniel e também dos órgãos.

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