Pandemia

Com alta na taxa de transmissão, GDF avalia se haverá festas de fim de ano

Governador antecipou que, devido ao avanço da imunização contra a covid-19, pode ser viável realizar as comemorações públicas de Natal e ano novo. No entanto, taxa de transmissão continua subindo. Nesta terça-feira (5/10), o índice era de 1,15, o que indica crescimento das infecções

Samara Schwingel
postado em 06/10/2021 05:55 / atualizado em 06/10/2021 05:56
A terceira dose está sendo aplicada em profissionais da saúde, idosos a partir de 70 anos e imunossuprimidos graves com mais de 18 anos -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
A terceira dose está sendo aplicada em profissionais da saúde, idosos a partir de 70 anos e imunossuprimidos graves com mais de 18 anos - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

A dois meses do fim do ano, o Governo do Distrito Federal estuda a possibilidade da realização de comemorações de Natal e ano novo. O governador Ibaneis Rocha (MDB) acredita que será viável retomar as festas públicas devido ao avanço da vacinação contra a covid-19. Porém, ao Correio, o mandatário afirmou que depende da avaliação de técnicos da Secretaria de Saúde. Atualmente, a taxa de transmissão do novo coronavírus, no DF, está em 1,15, o que representa crescimento no número de infecções, mas, seguindo o cenário observado no restante do país, não houve aumento expressivo de internações em unidades de terapia intensiva (UTI). Enquanto isso, os profissionais de saúde poderão começar, a partir dessa quarta-feira (5/10), a receber o reforço da imunização, conhecida como terceira dose. Cada categoria terá um direcionamento.

“Minha decisão será tomada conforme as recomendações da Saúde”, explicou Ibaneis sobre as comemorações de Réveillon e Natal. Em relação ao carnaval de 2022, o chefe do Executivo local afirmou que vai esperar mais um pouco para se decidir. O secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, defende que é impraticável manter o distanciamento social em uma festa de rua como o carnaval, mas ressalta que a decisão é de Ibaneis. Quanto à obrigatoriedade do uso de máscaras, o governador foi taxativo: “só vou tratar disso quando atingirmos 70% da população imunizada com as duas doses”.

Para Breno Adaid, pesquisador do Centro Universitário Iesb, doutor em administração e pós-doutor pela Universidade de Brasília (UnB) em ciência do comportamento, há três cenários possíveis. “Um evento (o 7 de setembro) causou essa alta nos números. Se não tiver mais eventos, daqui a pouco, os números caem. Porém, há o risco de as pessoas relaxarem, e tudo subir de novo. Ou, se tiver outro evento, os índices sobem também”, argumenta. Ele explica que o efeito de aglomerações só é sentido 15 dias depois. “Ainda está muito longe para termos projeções exatas”, explica.

Reforço

Além de idosos com 70 anos ou mais e adultos com imunossupressão grave, a partir dessa quarta-feira, os profissionais de saúde do DF podem receber a dose de reforço da vacina contra a covid-19. De acordo com a circular nº 79/2021 da Secretaria de Saúde, todos devem apresentar, no momento da aplicação, um documento que comprove o vínculo como trabalhador da área, além da carteira de imunização. Serão aceitos crachás, contracheque, carteira de trabalho, declaração do empregador ou carteira do conselho profissional.

Como é necessário ter recebido a segunda dose há, pelo menos, seis meses, a circular ressalta que “todos os que atuam na rede pública e privada que tomaram a segunda dose ou dose única até 31 de março podem receber a dose de reforço”. A vacina aplicada será da Pfizer. O documento detalha que os profissionais da rede privada serão atendidos em unidades básicas de saúde (UBSs). A lista com os locais para aplicação será divulgada no site da secretaria. Quem atua em hospitais públicos será vacinado na própria instituição. Caso não tenha sala de imunização, os profissionais devem procurar uma UBS.

Aqueles que trabalham na atenção secundária à saúde poderão procurar as salas de vacinação dos hospitais públicos de referência de sua região. Os da atenção primária deverão ir às UBSs, assim como os profissionais que atuam em unidades de pronto-atendimento (UPAs), na Fundação Hemocentro, na Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde (Fepecs), no Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), no Complexo Regulador (incluindo o Samu), no Parque de Apoio, no Hospital da Criança de Brasília José Alencar e no Hospital São Vicente de Paulo.

Os profissionais que trabalham em hospitais militares e no Hospital Universitário de Brasília (HUB) poderão buscar a dose de reforço nas salas de vacinação de suas respectivas unidades. Já aqueles que atuam no Corpo de Bombeiros poderão tomar a terceira dose nas salas de vacinação de qualquer unidade da rede pública.

Casos represados

O boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde registrou 3.016 casos de covid-19, nessa terça-feira (5/10). Porém, em nota, a pasta explicou que foram lançadas 2.632 ocorrências represadas nos dados do e-SUS do Ministério da Saúde. “Do total de casos represados lançados no sistema, 653 (24,8%) ocorreram em 2020 e 1.979 (75,2%) em 2021”, detalha a pasta.

Das infecções deste ano, 1.870 pacientes (94,5%) iniciaram sintomas entre agosto, setembro e outubro. “A inserção desses casos no boletim dessa terça-feira poderá impactar diretamente na taxa de RT, tendo em vista que o cálculo leva em conta as datas de primeiros sintomas”, completa a secretaria. Segundo o boletim, a índice de transmissão está em 1,15, ou seja, 100 pessoas infectam outras 115.

Com a atualização, o DF chegou a 502.049 notificações de covid-19. Com as 17 mortes registradas nessa terça-feira, a capital acumula 10.527 óbitos. Devido aos dados represados, a média móvel de casos chegou a 1.193, valor 48,44% a mais que o de duas semanas atrás. A mediana de mortes está em 13,14, o que indica um aumento de 13,58%, quando comparado com o índice observado há 14 dias.

Leitos vagos

Na rede pública, a ocupação de UTIs voltados para o tratamento da covid-19 estava em 71,43%. Dos 128 leitos, 60 estavam com pacientes; 24, livres; e 44, bloqueados. Na rede privada, a ocupação era de 89,13%, sendo que dos 189 leitos, 167 estavam em uso; 20, com vagas; e dois, bloqueados. Na fila, havia nove pessoas com suspeita ou confirmação de infecção pelo novo coronavírus.

Antecipação

A Secretaria de Saúde autorizou, nessa terça-feira, uma nova fase da antecipação da segunda dose para quem tomou a vacina da AstraZeneca/Oxford. Agora, quem precisa completar o ciclo vacinal até 27 de outubro pode procurar os locais de atendimento. Para ser atendido, basta levar o cartão de imunização e documento de identidade com foto. A antecipação foi possível após a chegada de 39.425 doses da AstraZeneca no fim de semana.

Vacinação

2.216.656
vacinados com primeira dose

1.296.543
com ciclo vacinal completo

19.680
receberam a dose de reforço

72,62%
da população total vacinada com a primeira dose

42,47%
da população total com o ciclo vacinal completo

85,97%
do público-alvo vacinado com a primeira dose

50,28%
do público-alvo com ciclo vacinal completo


*População total do DF: 3.052.546 / Público-alvo da campanha: 2.578.420

Fonte: Secretaria de Saúde do DF

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Antecipação

A Secretaria de Saúde autorizou, ontem, uma nova fase da antecipação da segunda dose para quem tomou a vacina da AstraZeneca/Oxford. Agora, quem precisa completar o ciclo vacinal até 27 de outubro pode procurar os locais de atendimento. Para ser atendido, basta levar o cartão de imunização e documento de identidade com foto. A antecipação foi possível após a chegada de 39.425 doses da AstraZeneca no fim de semana.

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