“No Distrito Federal existem cerca de oito espécies de cigarras, cada uma com suas características e som próprio. Apesar de surgirem durante um curto período do ano, as cigarras se abrigam debaixo da terra, estimadamente, de quatro a sete anos, percorrendo túneis escavados, se alimentando da seiva das raízes, até que estejam prontas para a nova etapa. Após esse período, elas saem da terra, deixam um buraco no solo e sobem em árvores ou galhos para completarem a fase adulta. Quando isso acontece, se abre uma fenda no dorso das cigarras e elas deixam a casquinha naquele tronco. A partir daí, começam a cantar para acasalar. O macho emite sons para atrair as fêmeas. Com o acasalamento, a fêmea coloca os ovos em galhos, depois disso os adultos morrem — eles vivem cerca de dois ou três meses fora do solo. Os filhotes, quando nascem, caem das árvores no solo e o ciclo começa novamente.”
Paulo Cesar Motta, zoólogo da Universidade de Brasília (UnB)