Em alta desde o avanço da vacinação contra a covid-19, o comércio do Distrito Federal prevê a abertura de 2 mil vagas temporárias de emprego no fim do ano — em 2020, foram abertos 1,1 mil postos na mesma época. Em 2021, as vendas vêm subindo desde julho, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), indicando que poderão crescer até 16% no Natal. As inscrições para os trabalhos temporários serão abertas em novembro. Interessados devem se cadastrar no site sindivarejista.com.br.
Mesmo sendo uma época esperada pelos comerciantes, quando as vendas alavancam, no fim do ano passado, em razão das restrições impostas pela pandemia, muitas lojas do DF reduziram a quantidade de vagas ofertadas. “Agora, há um novo clima de otimismo envolvendo consumidores e o comércio. Com a expansão da vacinação contra covid-19, as vendas vêm subindo desde julho”, disse o vice-presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta.
A expectativa é de que as vendas para o Dia das Crianças, em 12 de outubro, surpreendam com um aumento de 14%, contra os 2% registrados na mesma data no ano passado. De acordo com Abritta, para o Natal, os segmentos de roupas, brinquedos e calçados devem apontar alta de 16% no faturamento. “Os lojistas indicam que as contratações temporárias podem beneficiar mais de 2 mil pessoas porque o comércio precisa de mão de obra para atender a demanda. Dois bons testes de alta na venda poderão ser sentidos no Dia das Crianças e na Black Friday, em novembro”, prevê.
Dona de uma loja de moda infantil em um shopping no Jardim Botânico, a empresária Bernadeth Martins observou que o ritmo da vacinação contra a covid-19 injetou ânimo tanto nos lojistas quanto nos consumidores, e o faturamento das lojas aumentou consideravelmente. “Isso está gerando uma expectativa no comércio, e junto com ela, a esperança de que tudo vai melhorar”, relata.
Recolocação
Graças ao avanço da vacinação no DF e à recuperação do comércio, Helyzane Mesquita, 44 anos, deixou de fazer parte das estatísticas de brasilienses desempregados. Ela tinha uma vida estabilizada com o trabalho de gerente comercial, mas a pandemia mudou esse cenário. “Além da crise, tive um problema de saúde, e conseguir recolocação no mercado de trabalho foi muito difícil. Fiquei dois anos desempregada”, conta. Depois de muita procura, ela conseguiu um emprego como gerente em uma loja de decoração na W3 Sul e aguarda ansiosa pelo seu primeiro salário. “Estou muito feliz em saber que fui uma de muitas pessoas que saíram do desemprego. A expectativa agora é de que tudo volte a melhorar. Em novembro, já começaremos também as contratações temporárias”, afirma.
Hermano José Nepomuceno Alves, 41, foi dono de uma barbearia por 10 anos, mas por conta da pandemia, precisou fechar as portas e o desemprego passou a ser uma realidade na vida dele. Pai de dois filhos, Hermano fazia bicos como barbeiro, mas a baixa demanda não era suficiente para arcar com as despesas de casa. Durante quatro meses, ele distribuiu currículo por diversas áreas.
Em abril, ele conseguiu um emprego de motorista em uma loja de produtos domésticos. “Me considero muito sortudo, porque realmente estava difícil. Muita gente desempregada, e as coisas voltando a funcionar só por agora. Eu estou muito aliviado porque com um trabalho fixo, independente de como estiver o mercado, estamos recebendo”, destaca.