Improbidade administrativa

Improbidade: médico que sacou arma em pizzaria foi acusado de crime em prefeitura do pai

Na função de secretário de Saúde de Santa Inês (MA), em 2013, Thiago Zacariotto Lima Alves foi acusado de contratar pessoas sem concurso público. O pai, José de Ribamar Costa, era o prefeito na época

O Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA) pediu, em 2016, a condenação do médico radiologista Thiago Zacariotto Lima Alves, 41 anos, pelo crime de improbidade administrativa. Thiago é o homem que, neste domingo, sacou uma arma e ameaçou funcionários de uma pizzaria da 205 Sul pela demora na entrega do seu pedido.

Entre 2013 e 2014, Thiago era secretário Municipal de Saúde de Santa Inês (MA), cidade em que o seu pai, José de Ribamar Costa, era prefeito, e realizou supostas contratações sem concurso público. O Correio também revelou que, nos respectivos anos, o profissional de saúde também propiciou a contratação de vários serviços sem a devida licitação, que custaram mais de R$ 1,2 milhão. 

Thiago começou o mandato como secretário municipal de Saúde em 2013, mesmo período em que José de Ribamar Costa assumiu a prefeitura da cidade. Logo, em 2 de janeiro, eles contrataram um funcionário para prestar serviços no município, o qual permaneceu no cargo até 21 de dezembro de 2013. No ano seguinte, em 2 de janeiro de 2014, o ex-secretário escolheu uma mulher para ocupar outro cargo, onde ficou até o fim do ano.

Junto ao médico, uma dentista, que ocupava a função de secretária municipal de Saúde de Santa Inês, também participou da contratação ilegal das duas pessoas. Como consta no documento do Ministério Público, José Ribamar, pai de Thiago, corroborou para o ato, ordenando e permitindo a realização das despesas não autorizadas em lei.

Saiba Mais

A contratação de pessoas sem concurso público é excepcional em duas hipóteses, segundo a Constituição: as nomeações para cargo em comissão declarada em lei de livre nomeação e exoneração e a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. “Ocorre que em nenhuma das hipóteses acima ressalvadas fundamentaram a admissão [...] no serviço público municipal. [...] os citados atos também agrediram o princípio de impessoalidade, uma vez que privilegiou os contratos em detrimento dos demais administrados que também tinham condições de exercer os mesmos empregos públicos”, afirmou o MPMA.

Segundo o Ministério Público, os envolvidos ofenderam, ainda, o princípio de moralidade administrativa, “na medida que não coadunaram com os fundamentos éticos da boa administração”. A sentença ainda não foi definida pela Justiça. O MP pediu a condenação dos três por improbidade administrativa.


Ameaça

Na noite deste domingo (26/9), Thiago sacou uma arma e ameaçou o dono e funcionários de uma pizzaria na Asa Sul, após chegar irritado ao estabelecimento e se queixando da suposta demora na entrega do lanche por meio de um aplicativo.


Vídeos do circuito de segurança do estabelecimento flagraram o momento exato em que o radiologista saca a arma da cintura e coloca no balcão, em tom ameaçador. Ao final, o empresário conseguiu convencer o médico de levar as pizzas. “Ele me pediu desculpas e saiu, mas a polícia havia chegado. A PM chegou na hora em que o médico saía de carro. Os militares o seguiram, mas o perderam de vista. O caso segue em investigação pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).

A reportagem entrou em contato com Thiago, mas não obteve retorno até a publicação dessa reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações.