Símbolo do desenvolvimento e modernismo, Brasília foi idealizada e tirada do papel por vários artistas. Em meio ao concreto e traços firmes de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, a cidade ganhou verde com as obras de Burle Marx.
Os jardins que estão no meio da capital federal fazem parte da arquitetura e história da cidade. Nem todos hoje estão como o projeto original, mas a essência do artista foi mantida.
Há dez anos, o governo do Distrito Federal definiu por meio do decreto n. 33.224 o tombamento de todos os trabalhos de autoria do paisagista.
Os lugares que foram tombados são:
Superquadra 308 sul
A quadra modelo do Plano Piloto, foi fundada em 1962 e segue os padrões imaginados do plano original, sendo um ícone da cidade. Todo o conjunto paisagístico foi feito por Burle Marx e mantém até hoje boa parte do plano original. O espaço conta com o ‘Parque dos Cogumelos’ e o espelho d'água com as carpas, ambos projetados por ele.
Os jardins do Palácio do Itamaraty
Inaugurado em 1970, o Palácio do Itamaraty foi projetado por Oscar Niemeyer. Ele foi concebido com o objetivo de apresentar o Brasil aos visitantes; nessa ideia, Burle Marx idealizou os jardins interno e externos, para que representassem a natureza brasileira. Dois deles são aquáticos, artifício que o artista usou muito na cidade para compensar o clima seco. Além disso, Marx desenhou a tapeçaria para a ‘Sala Brasília'.
Os jardins do Palácio do Jaburu
A casa do vice-presidente da República, projetada em 1973 e entregue em 1977, tem os jardins assinados por Burle Marx. Parte da proposta do artista foi deixar espécies de plantas nativas do cerrado, além de muitas árvores frutíferas que atraem animais e aves da região.
Jardins da Praça dos Cristais
Localizada no setor militar urbano, a praça dos cristais foi fundada em 1970. Na proposta original foram usadas mais de 50 espécies de vegetais, entre elas o buriti e a palmeira, plantas muito usadas por Burle Marx.
Jardins do Palácio da Justiça
A sede do Ministério da Justiça foi inaugurada em 1972. A parte externa conta com um jardim aquático de Marx, projetado com plantas da Amazônia e um espelho d'água integrado às cascatas do prédio. A maior parte do jardim conta com as plantas e ideias originais, as alterações foram feitas para a adaptação da vegetação ao clima quente e seco típicos de Brasília.
Jardins do Banco do Brasil
Localizado no Setor Bancário Sul, os jardins do Banco do Brasil (BB) tem uma área de cerca de 21 mil metros quadrados. O espaço foi pouco cuidado e perdeu sua caracterização, aos poucos
Jardins do Tribunal de Contas da União
Projetado por Renato Alvarenga, o prédio do TCU foi construído na década de 1970, o espaço de jardim tem mais de 42.000m² entre área interna e externa. Com bromélias, véires, paineiras-branca, grama-coreana e dinheiro-em-penca, o paisagista mesclou plantas do cerrado e de outros biomas brasileiros.
Jardins do Teatro Nacional Cláudio Santoro
Finalizado em 1976, o projeto de Burle Marx buscou fazer uma mistura de plantas nativas e de outros localidades do Brasil, com adição de pedra vulcânica, yucas e agaves para trazer a essência do clima brasiliense. Até antes do fechamento do teatro, as características originais do projeto estavam mantidas.
Paisagismo do Parque Recreativo Dona Sarah Kubitschek
Fundado em 1978, o Parque da Cidade é um dos maiores projetos de paisagismo de Burle Marx. A ideia original nunca se concretizou, o artista pensou em cinemas, restaurantes e praças, que nunca se concretizaram em sua totalidade.