O secretário de Saúde do Distrito Federal, general Manoel Pafiadache, aproveitou o encontro com a imprensa na quinta-feira (23/9) para se posicionar em relação à situação na qual um neto precisou carregar a avó de 102 anos para receber a terceira dose da vacina contra a covid-19 porque a unidade básica de saúde (UBS) se recusou a aplicar o imunizante por drive-thru. O caso aconteceu na última quarta-feira (23/9), na UBS nº 3 do Recanto das Emas.
"Primeiro eu quero pedir desculpas ao Erick Farias pelo acontecido, naturalmente, ali naquele momento houve um nervosismo acima da média de todos, mas a gente lamenta o acontecido. O general pede desculpa ao Farias, apesar de entender o gesto nobre dele de carregar a sua avó para a vacinação", destacou Pafiadache em coletiva na sede da Secretaria de Saúde.
Em seguida, ele explicou o posicionamento da equipe de saúde em não aplicar a vacina por drive-thru. "A gente não pode condenar a situação apenas pelo momento ali. Acontece que a vacina Pfizer exige algumas medidas diferentes da Coronavac, que contou com vários drive-thru. Hoje, nós não podemos fazer isso, porque a vacina Pfizer precisa de uma instalação especial para o manuseio", ressaltou.
O secretário ainda pontuou que somente os pontos na Praça dos Cristais e no Sesi do Gama permitem a aplicação por drive-thru, pelas condições criadas nesses dois ambientes. "O nosso pessoal seguiu um protocolo pela segurança da vacina para não fazer um manuseio fora do protocolo, mas de qualquer maneira a gente lamenta demais o ocorrido", afirmou o general Pafiadache, que lembrou a existência dos atendimentos volantes. "Nesses casos, seria interessante o familiar ir até uma UBS, ou ligar no telefone 160, para solicitar que a nossa equipe vá até a residência nesses casos especiais fazer a vacinação", finalizou.
Entenda o caso
Na última quarta-feira (22/9), Corina Carvalho de Farias, 102, precisou ser carregada pelo neto Erick Farias, 34, para receber a dose de reforço da vacina contra a covid-19. Segundo Erick, em vídeo postado nas redes sociais, a equipe de saúde da UBS nº 3 do Recanto das Emas teria se recusado a imunizar a avó dentro do carro — situação que foi possível quando ela recebeu a primeira e segunda doses.
No vídeo, Erick segura a avó nos braços e critica a situação. A idosa aparenta estar debilitada e incapaz de andar. "Trouxe minha avó nessas condições porque o posto não quis vacinar por drive-thru. (...) Ela (se) vacinou (com) a primeira e a segunda dose no estacionamento. Agora, está vacinando assim", afirma o servidor público no vídeo, enquanto coloca a idosa sentada em uma cadeira.