LITERATURA

Capital de memórias: Liana Sabo lança livro sobre gastronomia brasiliense

Escrito pela jornalista do Correio, 'História dos sabores que vivi' traz deliciosos registros em compilado de textos produzidos desde 1993. Lançamento ocorreu nessa quarta-feira (22/9)

Embalada por músicas de Luiz Gonzaga e Falamansa a Beatles e Chiquinha Gonzaga, a noite de lançamento do livro Histórias dos sabores que vivi, da jornalista do Correio Liana Sabo, teve um caldeirão de memórias marinadas, servidas com o melhor acabamento aos mais tradicionais comensais de Brasília. No cardápio, vol-au-vent de palmito, brusqueta de shitake, folhado de queijo roquefort e risoto com tiras de filé mignon ao vinho. O evento ocorreu em área externa, para poucos convidados. O clima de festa marcou não apenas o lançamento de um compilado histórico da gastronomia da cidade, mas, também, a chegada da primavera no Hemisfério Sul e o aniversário da estrela da noite.

Liana Sabo escolheu o dia em que veio ao mundo para presentear a literatura e a gastronomia da capital federal, quase como forma de agradecimento — afinal, Brasília é cenário e protagonista das histórias da jornalista, contadas desde 1993. Naquele ano, a colunista começou a escrever sobre gastronomia neste jornal. Em 1998, veio a coluna Favas Contadas, que, em breve, voltará às páginas impressas.

“Uma característica da coluna de gastronomia de Liana é nunca ter se apegado à crítica. Ela sempre manteve um olhar positivo, preocupada com o mercado gastronômico de Brasília. Sempre teve uma postura de ajudar os restaurantes locais, em tom sutil e construtivo. E essa é a verdadeira missão do jornalismo”, elogiou o vice-presidente executivo do Correio, Guilherme Augusto Machado.

Diante do anúncio do retorno da coluna, Liana destacou a importância do veículo onde trabalha há 52 anos para a história da capital federal. “Jornalismo nunca é devagar. É sempre no susto, de supetão”, definiu. “O livro foi escrito aqui, no Correio, que nasceu junto com Brasília. Tanto o jornal quanto Histórias dos sabores que vivi são poços de histórias”, discursou.

Em agradecimento ao idealizador e editor do livro, o também jornalista Rosualdo Rodrigues, Liana mencionou o papel fundamental do amigo na elaboração da obra. “(O resultado) é uma coletânea de textos meus que Rosualdo achou interessante. Por muito tempo, ele editou o que eu escrevia e corrigiu eventuais equívocos. Percebi que ele se divertia lendo minhas palavras, o que me deixava feliz. Ele sempre expressou o desejo de lançar um livro meu”, contou a colunista.

Trajetória de primor

“Para a gastronomia de Brasília, Liana Sabo é, sem dúvida, a primeira-dama.” O elogio do sommelier Leonildo Santana tem peso dobrado. O degustador conhece a colunista há 22 anos e resume a relação dos dois como uma parceria de amizade e trabalho: “Desde 1999, acompanho o que ela fez na coluna do jornal. E somos amigos fora do círculo profissional também. Muitas coisas que não sabemos sobre a gastronomia da cidade chega até nós por meio dela”.

A importância do trabalho de Liana Sabo para a consolidação da cena gastronômica do Distrito Federal alcança desde estabelecimentos novos aos tradicionais da cidade, como o Dom Francisco. “Ela foi importantíssima na nossa trajetória. A gastronomia de Brasília deve muito a ela. Tenho certeza de que será delicioso ler esse livro. Vou relembrar muita coisa interessante que aconteceu na cidade”, comentou Juliana Ansiliero, filha de Francisco Ansiliero — que fundou o restaurante em 1988.

“As melhores coisas da gastronomia de Brasília estão contadas e resumidas nessa obra. Mesmo quando Liana não pode fazer nada para ajudar, ela dá confiança e esperança às pessoas. Ela tem bom senso, seriedade e tem conseguido destacar os melhores aspectos da cidade no material dela”, completou Francisco.

A apresentadora Mônica Nóbrega é outra que não poupa elogios à colunista. Amigas há, ao menos, 18 anos, as jornalistas estreitaram os laços por meio da gastronomia. “Eu apresentava um programa de tevê ao vivo e entrevistava muitos donos de restaurantes, chefs. Liana era uma grande fonte, com informações preciosíssimas, e ficamos muito próximas. Ela não só sabe dos acontecimentos, mas conhece a parte sensorial do assunto, a história, as origens de parcerias, a atuação de empreendedores, os prêmios de reconhecimento. Liana é uma história viva. O que mais me impressiona é a memória dela, e a grande qualidade que ela tem é ser verdadeira. É muito franca e, por isso, mais do que admirada, ela é respeitada”, concluiu Mônica.

É possível dividir a gastronomia de Brasília entre antes e depois de Liana Sabo. Não apenas por ser a primeira jornalista da capital do país a abordar o tema, mas pelas barreiras que a colunista expandiu em relação ao assunto. Mais do que descrever ingredientes, analisar pratos, retratar novos estabelecimentos e valorizar a trajetória de restaurantes tradicionais, Liana apoiou — e apoia — a cena gastronômica do Distrito Federal.

“Desde o primeiro momento, ela nos ajudou muito. É, na verdade, uma incentivadora, não uma crítica. Ela não vai aos estabelecimentos para achar defeitos ou erros, e nós precisamos de destaques positivos, que elevem a gastronomia da cidade. Ela faz isso com primor espetacular. Nunca li nenhuma matéria da Liana que diminuísse a imagem de qualquer estabelecimento. Ela faz textos que tocam o coração de todo mundo, com grande sensibilidade, e merece que esse livro seja um sucesso nacional”, desejou Jael Antonio da Silva, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF) e amigo de Liana desde 1991.

Editora Bonissimo!/Divulgação - Editora Bonissimo!/Divulgação

Histórias dos sabores que vivi

Boníssimo! Edições, 2021
250 páginas, R$ 80
Disponível em: boníssimo.blog