O garoto de programa conhecido como “Hulkinho”, preso na noite desta terça-feira (22/9), sob acusação de vender drogas em programas sexuais com clientes na capital federal foi investigado na mesma operação que prendeu Flávia Bernardes Tamaio, modelo e ex-capa da revista Playboy, mais conhecida como Pâmela Pantera.
Jean Ferreira Leal, de 27 anos, foi detido em flagrante pelos investigadores da 5ª DP (Área Central) na 312 Norte por tráfico de drogas e uso de documento falso. No decorrer das diligências, que duraram cerca de um mês, os agentes constataram que ele traficava cocaína e ecstasy nos Setores Hoteleiros Norte e Sul e também em festas direcionadas ao público LGBTQIA+.
O modo de agir assemelhava-se ao de Pâmela Pantera: o acusado se aproveitava de programas sexuais com clientes para vender os entorpecentes nos encontros. De acordo com a apuração policial, Hulkinho também comercializava as drogas com outros garotos e garotas de programa por meio de aplicativos de conversas e mensagens, com entrega em um local previamente acordado.
O Correio apurou que Jean foi investigado na operação Rede, que desarticulou uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas. A modelo foi presa em julho do ano passado, em Vitória, após dois anos de investigação, que comprovaram que a garota de programa vendia drogas sintéticas e cocaína a clientes de alto poder aquisitivo do DF. Os dois não eram do mesmo grupo, mas se conheciam e agiam do mesmo modo.
Na operação desta quarta-feira, Hulkinho resistiu à prisão e chegou a jogar mesas e cadeiras sobre os investigadores. Tentou fugir, mas acabou detido.
Sentença
Pâmela Pantera foi condenada a oito anos de prisão pela 1ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal, em regime semiaberto, por venda de drogas e associação para o tráfico. Ex-capa da revista masculina Playboy, ela foi sentenciada por comercializar os entorpecentes ao fazer programas na capital. A condenação, porém, cabe recurso.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), pelo menos entre os meses de janeiro de 2018 e agosto de 2020, Flávia e Carlos Alberto Rivetti Levy, outro sentenciado no processo, associaram-se para traficar drogas. O homem foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado.
O processo diz que Carlos fornecia drogas à Flávia para comercializar entre os clientes que a contratavam para os programas. Em 19 de junho de 2020, a Polícia Civil apreendeu porções de maconha e cocaína, na casa da modelo, em Águas Claras. Em um hotel que ela havia se hospedado, no Plano Piloto, a polícia encontrou mais entorpecentes.