Dois dos três integrantes de uma quadrilha especializada em aplicar golpes em idosos do Distrito Federal e de outras unidades da Federação foram presos, na noite desta quarta-feira (22/9), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na manhã de hoje, policiais civis da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) deflagraram uma operação e cumpriram 10 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva. Uma jovem, de 20 anos, continua foragida.
A prisão aconteceu menos de oitos horas depois da PCDF divulgar fotos dos foragidos: Daniel Soares Sampaio, Elvis Viana Ribeiro e Jaqueline de Moura Felix. O trio é acusado de se passar por funcionários da central de segurança de instituições bancárias para subtrair cartões de vítimas, especialmente pessoas idosas.
No começo da noite desta quarta-feira, Daniel e Elvis acabaram detidos pela PRF no município de Açailândia (MA). Segundo as investigações, os dois estavam no Pará anteriormente. A terceira envolvida no esquema criminoso, Jaqueline, permanece foragida.
Vídeo registra ação
Imagens colhidas pelos investigadores da 10ª DP mostraram o momento em que Daniel Soares recolhe o cartão de um idoso, de 77 anos, em uma casa do Lago Sul. O crime ocorreu em julho deste ano e foi o pontapé para o começo das investigações. À época, o criminoso levou, também, o celular da vítima. O prejuízo total foi de R$ R$ 70 mil.
Os criminosos se passavam por funcionários da central de segurança de instituições bancárias, ligavam para as vítimas e solicitavam a confirmação de uma compra suspeita efetuada no cartão de crédito, mas que na verdade nunca existiu. Em resposta, o cliente afirma desconhecer o gasto, mas o grupo insiste em dizer que o cartão foi clonado e orienta que a pessoa entre em contato com a operadora do cartão para que seja feito o bloqueio imediato.
Acreditando estar com o cartão clonado, o cliente disca o “0800” da central de atendimento da operadora, mas mal sabe que quem está na linha são os próprios golpistas. “A vítima é orientada a fornecer a senha do seu cartão, para fins de bloqueio, e informada que um funcionário do banco irá até sua casa para coletar o cartão para fins de perícia”, detalhou o delegado-adjunto da 10ª DP, Renato Alvarenga Fayão.
Em continuidade ao golpe, o suposto funcionário vai até a casa da vítima, geralmente um “motoboy”, pega o cartão de crédito e, a partir daí, com o cartão e senha em mãos, começa a fazer transações financeiras, geralmente, utilizando “maquinetas” de cartão, cadastradas no CNPJ de empresas de “fachada”, no CPF de “laranjas” ou dos chamados “auxiliares financeiros”, dificultando, assim, a identificação dos autores.