Imagens colhidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mostram um dos integrantes da quadrilha especializada em aplicar golpes em idosos recolhendo um cartão de crédito de um idoso, 77 anos, morador do Lago Sul. Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (22/9), investigadores da 10ª Delegacia de Polícia deflagraram uma operação em São Paulo para desarticular a associação criminosa que agia no DF e em vários estados do país. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva.
Quem aparece nas imagens do circuito interno de segurança é Daniel Soares Sampaio, 37 anos, foragido da polícia. No vídeo, o homem, que veste roupa social, caminha por uma rua do Lago Sul momentos depois de recolher o cartão da vítima. O caso ocorreu em julho deste ano e foi o pontapé para a Polícia Civil dar início às investigações.
De acordo com a apuração policial, o idoso teve um prejuízo de R$ 70 mil. Além do cartão de crédito, o criminoso levou, ainda, o celular da vítima. “O aparelho foi levado a pretexto de ter que passar por um procedimento no banco. Esse é um novo padrão desses criminosos, porque, com os celulares e senhas, podem usar o aplicativo bancário da vítima, causando maior prejuízo”, afirmou o delegado Tiago Carvalho, da 10ª DP, que participou da operação.
A Polícia Civil do DF divulgou as fotos dos integrantes da quadrilha. Daniel Soares Sampaio, Elvis Viana Ribeiro e Jaqueline de Moura Felix são procurados pela polícia. A PCDF pede para que, caso alguém tenha informações do paradeiro dos golpistas, ligue para o 197.
Golpe
Os criminosos agiam da seguinte maneira: se passando por funcionários da central de segurança de instituições bancárias, eles ligavam para as vítimas e solicitavam a confirmação de uma compra suspeita efetuada no cartão de crédito, mas que na verdade nunca existiu. Em resposta, o cliente afirma desconhecer o gasto, mas o grupo insiste em dizer que o cartão foi clonado e orienta que a pessoa entre em contato com a operadora do cartão para que seja feito o bloqueio imediato.
Acreditando estar com o cartão clonado, o cliente disca o “0800” da central de atendimento da operadora, mas mal sabe que quem está na linha são os próprios golpistas. “A vítima é orientada a fornecer a senha do seu cartão para fins de bloqueio, e informada que um funcionário do banco irá até sua casa para coletar o cartão para fins de perícia”, detalhou o delegado-adjunto da 10ª DP, Renato Alvarenga Fayão.
Em continuidade ao golpe, o suposto funcionário vai até a casa da vítima, geralmente um “motoboy”, pega o cartão de crédito e, a partir daí, com o cartão e senha em mãos, começam a fazer transações financeiras, geralmente, utilizando “maquinetas” de cartão, cadastradas no CNPJ de empresas de “fachada”, ou no CPF de “laranjas” ou dos chamados “auxiliares financeiros”, dificultando, assim, a identificação dos autores.