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Seca aumenta riscos de incêndios em áreas de conservação no Distrito Federal

Setembro é o pico de queimadas no DF e população deve redobrar os cuidados para evitar desastres ambientais 

O período de seca no Distrito Federal é marcado por muito calor, baixa umidade e poucas chuvas, uma combinação perfeita para incêndios na vegetação do cerrado. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), os meses de agosto e setembro são os que mais registram focos de queimadas não controladas na capital federal. Somente no mês passado, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) registrou um total de 1.234 ocorrências, uma área queimada de 5,96 mil hectares. No mês de julho, foram 974 chamados e 2,20 mil hectares consumidos pelo fogo. Os dados mostram que a escalada de incidentes acompanha o aumento da temperatura em Brasília.

“Em setembro, a gente tem um pico altíssimo no número de ocorrências de incêndio florestal, porque é justamente o período que temos os níveis de temperatura mais altos e o nível mais baixo de umidade registrados pelo Inmet”, destaca a coordenadora técnica do Plano de Prevenção de Combate a Incêndios Florestais (PPCIF), da Secretaria de Meio Ambiente do DF, Carolina Schubart.

A coordenadora afirma que é o momento de redobrar os cuidados para evitar mais perda de fauna e flora. Só a primeira semana deste mês registra 1,7 mil hectares queimados, em 28 atendimentos. “Com o calor e a baixa umidade, qualquer ignição, seja uma bituca de cigarro, pode causar um incêndio de grandes proporções”, afirma.

Ameaça constante

Um exemplo da urgência do tema foi registrado ontem. Equipes tentavam conter um incêndio na Floresta Nacional de Brasília (Flona). Por volta das 18h56, o CBMDF recebeu uma solicitação para conter as chamas na área ambiental. Do Setor de oficinas de Taguatinga Norte era possível ver a fumaça. Os bombeiros também foram chamados para uma ocorrência na Ermida Dom Bosco. Até o fechamento desta edição, os dois focos não estavam controlados.

No início da semana foi a Estação Ecológica de Águas Emendadas que ardeu. O incêndio florestal mobilizou 20 bombeiros e 20 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Os profissionais precisaram de mais de cinco horas para controlar as chamas e mesmo assim o fogo atingiu uma área de 10 hectares da região de conservação.

A presença humana associada à imprudência ameaçam o Cerrado e as áreas de preservação. No Parque Nacional de Brasília, uma queima iniciada no dia 4 demorou nove horas para ser contida. O CBMDF foi acionado por volta das 13h para combater um incêndio adjacente ao parque, na cidade da Estrutural. Segundo a perícia, há indícios que o fogo tenha iniciado na área ocupada e se alastrou para dentro da unidade de preservação. Mais de 30 bombeiros e 20 brigadistas, incluindo duas aeronaves da corporação, trabalharam na área. Mesmo aplacado, o incêndio teve uma reignição em alguns pontos, necessitando do retorno das equipes à linha de frente. Estima-se a perda de 520 hectares.

A expectativa da coordenadora da PPCIF é que o período de chuvas reflita no número de ocorrências. “Em outubro, costuma chover, então caem as ocorrências. É pelo menos o que esperamos”, ressalta. Carolina também alerta que o mais importante nesse momento crítico é orientar a população para minimizar os casos.

Para enfrentar o período, especialistas pedem para que os moradores do DF não queimem lixo ou resto de poda. Além de evitar acender fogueiras, pois podem espalhar brasas.

Em caso de incêndio, os bombeiros alertam para que a população ligue, imediatamente, para 193. Quanto mais rápido as equipes forem avisadas, melhor será para controlar o fogo.