Com a seca e as altas temperaturas que o Distrito Federal enfrenta, os focos de incêndios têm sido uma preocupação. Ontem, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) atendeu a, pelo menos, 29 chamados de fogo no cerrado. Dois deles, em importantes reservas: o Parque Nacional de Brasília e a Estação Ecológica Águas Emendadas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros da capital atingiram 34°C, com mínima de 18°C, e umidade relativa do ar entre 50% e 15% (leia mais na página 37).
O combate ao incêndio na Reserva de Águas Emendadas começou na segunda-feira, às 14h30 e durou, no primeiro momento, mais de 5 horas. Ao todo, foram atingidos mais de 10 hectares da estação ecológica. Na manhã de ontem, às 10h17, a corporação voltou ao local uma vez que as chamas reapareceram.
O Parque Nacional de Brasília também teve reincidência de focos. Na segunda-feira, segundo boletim do Corpo de Bombeiros, as chamas estavam contidas em uma parte isolada e, ontem, o Grupamento de Proteção Ambiental (GPram) realizou o procedimento de fogo controlado no local, para resguardar a região de um assentamento residencial próximo. A área devastada estimada é de 520 hectares.
Além das duas reservas, os bombeiros atuaram em incêndios próximos ao Estádio Cerejão e ao viaduto que liga Ceilândia a Samambaia, na altura da QNL. As chamas começaram na vegetação, em pequenas proporções, mas alcançou um amontoado de madeiras de uma residência. Segundo os bombeiros, os dois focos foram controlados após cerca de três horas.
Outro local atingido foi a área próxima à Torre de TV Digital, no Setor Habitacional Taquari, no Lago Norte. Às 14h, a corporação chegou e atendeu a ocorrência com uma viatura e cinco militares.
Precaução
O Sargento do CBMDF Ocian Cavalcante destaca que o inverno é caracterizado por ser uma estação seca na capital do país, por isso, a orientação da corporação é que a população adote cuidados para contribuir na preservação do meio ambiente. Algumas medidas preventivas são não atear fogo em lixos nem jogar cigarros na vegetação.
Ocian pontua que um incêndio gera efeitos avassaladores na flora e na fauna. “Todos os anos, os bombeiros atuam na operação para prevenir e combater os incêndios. Além dos danos aos animais e à vegetação, o impacto imediato para a população é a emissão de dióxido de carbono. Apenas um hectare queimado, se tiver uma fisionomia de campo limpo, gera 25 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera”, detalha.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atua com ações preventivas no Parque Nacional de Brasília. Uma das técnicas, realizadas ainda no começo de julho pelo instituto para evitar grandes incêndios, é a queima prescrita.
“Consiste no uso do fogo de forma controlada, por técnicos habilitados, para formar aceiros de proteção em áreas estrategicamente escolhidas. As ações preventivas no Parque Nacional de Brasília têm colaborado para evitar a ocorrência de grandes incêndios na unidade nos últimos 11 anos”, destaca o ICMBio.
Durante a estação seca, segundo o instituto, são realizadas rondas diárias e acompanhamento constante para tentar reduzir o tempo de resposta, evitando que o fogo avance em unidades de conservação.